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sábado, 6 de outubro de 2012

Revista Ciência Hoje - Edição 296


 Algumas matérias com download gratuito!!

capa 296
Paraíso do agrotóxico
O Brasil é a lixeira tóxica do planeta. Desde 2008 o país é o maior consumidor global de insumos químicos para agricultura. Mas diante dos números sedutores na balança comercial, discutir os aspectos negativos desse modelo agrário virou um tabu. No artigo de capa da CH deste mês, veja como a nossa economia agroexportadora insiste em se reafirmar, ainda que acompanhada por temerosas dívidas sociais e ambientais. Download:PDF aberto (gif)

domingo, 26 de agosto de 2012

Teste de farmácia


Aprovado em julho nos Estados Unidos, exame de HIV caseiro apresenta o diagnóstico em menos de uma hora e estará disponível para venda até o final do ano naquele país. No Brasil, seu uso está restrito à comunidade médica.
Por: Cássio Leite Vieira
Publicado em 21/08/2012 | Atualizado em 21/08/2012
Teste de farmácia
Kit para o teste de HIV. O procedimento é rápido e simples: basta colher material da gengiva para, de 20 a 40 minutos depois, obter o resultado. Quanto antes o diagnóstico da Aids, melhor o prognóstico. (foto: Flickr/ StreetSense – CC BY-NC-SA 2.0)
Foram anos de controvérsia. E um dos motivos era o seguinte: se o resultado for positivo, quem dará apoio psicológico à pessoa que acabou de se submeter ao teste? E se ele fizer bobagem, como tentar se matar? Exagero?
Reportagem do New York Times relata que o clima era mais ou menos esse no início da epidemia de Aids, na década de 1980. A mídia disseminava casos de pessoas que se suicidavam depois de saber que eram soropositivas. Na época, temia-se ser estigmatizado como homossexual ou usuário de droga injetável.
No início, as maiores vítimas, nos EUA, diz o jornal, eram do grupo dos quatro ‘H’: hemofílicos, heroína (usuários de) e haitianos, seguidos por homossexuais masculinos.
Se o portador iniciar o uso do coquetel contra a Aids logo após ser infectado, as chances são de mais ou menos 95% de que não transmita o vírus para outros
À época, governo e entidades de grupo de risco achavam que um teste caseiro poderia levar a onda de suicídios pelo país. Agora, após quase sete anos de análise, o FDA (órgão que regulamenta medicamentos e alimentos nos EUA) liberou teste para venda em farmácias.
O procedimento é rápido e simples: basta colher material da gengiva, esfregando-a com um tipo de cotonete, para, de 20 a 40 minutos depois, obter o resultado.
Por que isso é bom? Se o portador iniciar o uso do coquetel contra a Aids logo após ser infectado, as chances são de mais ou menos 95% de que não transmita o vírus para outros. Além disso, o prognóstico dele é também bem melhor quando o tratamento começa cedo.
Mais: hoje, com as drogas disponíveis, Aids não é mais sentença de morte. É uma doença que, como o diabetes, tem que ser controlada. 

Os ‘poréns’

O teste – de nome comercial OraQuick – é preciso. Mas tem lá seus reveses. Uma em cada 12 pessoas pode ter um falso negativo. As chances de falso positivo são bem menores, sendo um para cerca de 5 mil pessoas.
Mas o maior problema, porém, é a chamada ‘janela temporal’. Explicando: uma pessoa leva cerca de três meses para desenvolver anticorpos para a Aids – e são esses anticorpos que são detectados no teste agora aprovado. Portanto, será preciso conviver com esse torturante período de dúvida. Nesse caso, o melhor é mesmo procurar ajuda de um profissional ou centro de tratamento, para aconselhamento sobre a melhor estratégia a adotar.
O teste é só um primeiro passo para o diagnóstico
Outra coisa importante: o teste é só um primeiro passo para o diagnóstico. Ou seja, se der positivo, a pessoa terá que necessariamente confirmar o resultado com teste de maior precisão, feito apenas por médicos ou em hospitais.
Nos EUA, o teste estará disponível no final deste ano, em dezenas de milhares de farmácias, bem como lojas de conveniência e vendas on-lineNo Brasil, seu uso está restrito à comunidade médica.
A fabricante não revelou ainda o preço, mas disse que sairá por pouco mais que 17,50 dólares (cerca de R$ 35), valor com que é vendido para consultórios médicos. A empresa alega que, para a versão vendida ao público, as despesas com embalagem e outros serviços elevarão esse valor.
Por lá, menores de 17 anos não poderão comprá-lo. Motivo: pouquíssimos adolescentes entre 14 e 17 anos foram testados na fase de avaliação do kit. A contradição apontada pelo jornal: meninas não precisam apresentar identidade para comprar testes de gravidez. A saída, em qualquer parte do mundo, é conhecida: pedir a um adulto que compre o teste.

Cássio Leite VieiraCiência Hoje/ RJ

Encontradas Primeiras Evidências de Fotossíntese em Insetos


Pulgões podem ter sistema simples para coleta e transformação de energia solar

Kathryn Lougheed e Nature

Maine.gov

A biologia dos afídeos, conhecidos também como pulgões, é exótica: eles podem nascer gestantes e às vezes os machos não têm bocas, o que os leva à morte pouco após a cópula. Em adição à lista de excentricidades, um trabalho publicado semana passada indica que eles talvez possam capturar luz solar e usá-la com propósitos metabólicos.

Os afídeos são únicos por terem a capacidade de sintetizar pigmentos chamados carotenoides. Muitos animais dependem desses pigmentos para diversas funções, como manter o sistema imune saudável e produzir certas vitaminas, mas precisam obtê-los por meio da dieta. Agora o entomologista Alain Robichon, do Instituto Sophia de Agrobiotecnologia em Sophia Antipolis, na França, e seus colegas sugerem que, nos afídeos, esses pigmentos podem absorver luz do Sol e transferi-la para o maquinário celular envolvido na produção de energia.

Ainda que sem precedentes em animais, essa capacidade é comum em outros Reinos. Plantas e algas, além de certos fungos e bactérias, também sintetizam carotenoides – e em todos esses organismos os pigmentos formam parte do sistema fotossintético.


Coletores domésticos

Aproveitando a descoberta de 2010 de que os altos níveis de carotenoides encontrados em afídeos são produzidos pelos próprios insetos, Robichon e sua equipe decidiram investigar por que os pulgões produzem químicos que exigem tanto do metabolismo.

Os carotenoides são responsáveis pela coloração dos afídeos, o que determina o tipo de predador que pode vê-lo. A pigmentação corporal dos pulgões criados em laboratório por Robichon é afetada por condições ambientais: insetos verdes no frio e alaranjados em condições padrões. Quando a população é grande e os recursos limitados eles são brancos.


Quando os pesquisadores mediram os níveis de ATP dos afídeos – responsável pela transferência de energia em seres vivos – os resultados foram marcantes. Os insetos verdes, com altos níveis de carotenoides, produzem significativamente mais ATP que os brancos, que são quase destituídos desses pigmentos. Além disso, a produção aumentou quando os pulgões alaranjados – com uma quantidade intermediária de carotenoides – foram colocados à luz, e caiu ao serem transferidos para o escuro.

Em seguida, os pesquisadores extraíram e purificaram os carotenoides dos afídeos alaranjados, demonstrando que esses pigmentos são responsáveis pela absorção de luz e transferência de energia.

Maria Capovilla, uma das autoras do estudo e também entomologista, do Instituto Sophia, ressalta que são necessárias mais pesquisas antes de os cientistas terem certeza de que os afídeos realmente fazem fotossíntese, mas as descobertas levantam essa possibilidade. E a maneira como as moléculas de caroteno se organizam nos insetos dá peso a essa hipótese: os pigmentos formam uma camada que fica entre 0 e 40 micrômetros abaixo da cutícula dos animais, o que os deixa em posição perfeita para capturar a luz do Sol.

Nancy Moran, geneticista de insetos da Yale University em West Haven, em Connecticut, responsável pela descoberta original de que afídeos têm genes para a produção de carotenoides, aponta que há muitas perguntas sem respostas. “A produção de energia parece ser o menor dos problemas de um afídeo – sua dieta tem açúcar em excesso e eles não conseguem usar a maior parte disso”, explica ela.

O argumento leva à pergunta de por que os afídeos precisariam fazer fotossíntese. Segundo Maria, talvez o processo funcione como um sistema de emergência que poderia ajudar em momentos de estresse ambiental, como no período de migração para uma nova planta hospedeira.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

UFBA transfere período de inscrição para o Vestibular 2013


Candidatos devem aguardar Edital no site do SSOA
A Diretoria do Serviço de Seleção, Orientação e Avaliação da UFBA (SSOA), considerando o atual quadro do ensino na Bahia, com movimentos reivindicatórios de docentes, servidores e alunos, resolve transferir o período de inscrições no Vestibular 2013 para 11 de setembro a 0de outubro de 2012 e, ao mesmo tempo, reabrir o prazo para entrega da documentação comprobatória do pedido de Isenção de Taxa do Vestibular 2013, no período de 20 a 31 de agosto de 2012, nos locais e horários já determinados  para aqueles que ainda não a fizeram.
Ficam mantidas até então as datas para aplicação das provas da 2ª fase, que ocorrerão entre os dias 20 e 25 de janeiro de 2013.
Os possíveis candidatos devem aguardar a publicação do Edital de Inscrição e acompanhar periodicamente as informações pertinentes no site www.vestibular.ufba.br.

sábado, 16 de junho de 2012

De 98 a 2011, veja a análise dos temas das redações do Enem


Escrever uma redação realmente não é uma tarefa fácil para a maioria dos estudantes. O tema deve estar de acordo com a proposta, e a linguagem tem que estar adequada, sem esquecer que tudo isso deve estar no modelo de dissertação. É exatamente nessa parte da prova que os alunos sentem mais dificuldade, principalmente por não saberem como abordar certos temas ou até mesmo por falta de repertório. A Universia Brasil, rede ibero-americana de colaboração universitária presente em 23 países, destrinchou todos os temas propostos nas redações do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), de 1998 a 2011.
Os temas foram analisados e interpretados pela professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, de São Paulo, para facilitar o desenvolvimento do seu texto na hora da prova. A professora afirma que a única maneira de melhorar o seu texto é praticando. "Treinar com frequência e analisar a correção feita por um professor só vai agregar ao seu crescimento", afirma. Ela ainda acrescenta que ler é essencial para a consolidação do repertório cultural, o que acaba destacando a redação entre as demais.
Como uma espécie de "cola do passado", ao final você sentirá mais facilidade na hora de fazer a sua redação. "Não perca tempo e vá direto ao ponto. Analise o tema, leia os textos que são oferecidos pela banca e desenvolva", aconselha a professora.
Confira as principais possibilidades de desenvolvimento e os pontos que merecem destaque para você se dar bem no Enem 2012:
Interpretação do tema redação Enem 1998: Viver e Aprender
Para o tema Viver e aprender cobrado no Enem em 1998, o estudante deveria analisar de maneira crítica o sentido da vida.

Segundo a professora Cida, entre as opções de desenvolvimento seria apresentar o texto de maneira otimista, assim como a música oferecida pela banca como texto base, sempre fazendo uma ressalva dos obstáculos inerentes à vida e a contraposição. "A música de Gonzaguinha neste caso é sinônimo de aprendizado", afirma.
A professora lembrou ainda que este é um tema amplo, e que a banca do Enem estava extremamente positiva.
Interpretação do tema redação Enem 1999: Cidadania e participação social
A ideia é questionar até que ponto o jovem pode tomar para si a função de adulto. "Nesta edição, o tema da redação é ampliado. O aluno tem dados, quadrinhos e depoimentos como base para selecionar os argumentos úteis para defender o seu ponto de vista", diz.

A questão de cidadania sobre os Direitos e Deveres também é uma opção de desenvolvimento, principalmente quando pensamos no jovem frente à política e temas que questionem a dependência dos adultos e individualismo dos jovens.
A palavra-chave deve ser o protagonismo dos jovens, e a partir dela o estudante deve desenvolver o texto com a ideia de se libertar dos adultos. "A proposta da banca é mostrar que o jovem deixa de ser figurante para ser o principal", afirma.
Interpretação do tema redação Enem 2000: Direitos da criança e do adolescente
Para o tema de redação "Direitos da criança e do adolescente. Como enfrentar esse desafio nacional?" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2000, a professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, comenta a importância de estar por dentro do que acontece no País, e no mundo, já que em 2000 foram comemorados os 10 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "A proposta simplesmente pede que o candidato responda ao questionamento que é feito", disse.

A professora acrescenta que como este é um tema concreto, a tendência é facilitar a produção textual. "Nesse caso, não há risco de desviar o tema, e se perder na redação", afirma.
Como ideia de argumentação, pode-se explorar que a ECA não é respeitada, e que a melhor forma de exemplificar isso é mostrar o trabalho escravo e a exploração das crianças e dos adolescentes que acontecem mundo afora. Basta uma leitura atenta dos textos base que foram oferecidos, no caso uma charge e a própria constituição para que o aluno estivesse apto a escrever suas considerações acerca da proposta.
Interpretação do tema redação Enem 2001: Desenvolvimento e preservação ambiental
Com o tema de redação "Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?" que caiu na prova do Enem de 2001, a banca propõe vários textos, charge, tirinhas e muitos estímulos para o candidato selecionar o melhor e a partir disso desenvolver o seu texto.

Segundo a professora Cida, a melhor opção de desenvolvimento é expor a ideia de sempre respeitar os Direitos Humanos e manter um equilíbrio entre o desmatamento e preservação ambiental. "Ao desenvolver este tema o aluno deve ter muito cuidado para não ser tendencioso e acabar sem argumentos concretos", afirmou.
Como argumento, o candidato poderia ter exemplificado que a partir da fala do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush é possível identificar que existe uma enorme resistência humana em preservar o meio ambiente.
Também se pode explorar a falta de postura dos países desenvolvidos, que se mostram sem compromisso com a questão ambiental do mundo, visando apenas o lucro, principal engrenagem do capitalismo.
Interpretação do tema redação Enem 2002: O direito de votar
Para o tema de redação "O Direito de Votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2002, a professora Cida explica que a proposta da banca examinadora do Enem é resgatar o valor do voto, não apenas dos jovens, mas de todos os cidadãos.

A dica da professora para o desenvolvimento de um bom texto é abordar a questão da importância das Diretas Já e a nova postura brasileira em relação ao voto. "O estudante deve aproveitar as informações que são fornecidas para criar argumentos concretos. A foto do comício pelas Diretas Já, em 1984 é uma chave para o desenvolvimento do texto", afirma.
A professora lembra que usar palavras-chaves e expressões marcantes também são bem vistas pela banca. Neste caso, existem várias vertentes para o mesmo tema. Caberia fazer, por exemplo, uma análise de que o voto é considerado - pela grande maioria das pessoas - como um dever e não como um meio de promover as transformações necessárias no País. "Isso serviria tanto para justificar como para condenar a falta de interesse e não consciência da importância deste ato. Importante lembrar que ainda hoje existe o voto de cabresto, e talvez por isso a falta de credibilidade", analisa a professora Cida.
Interpretação do tema redação Enem 2003: A violência na sociedade brasileira
Mais uma vez o Enem propõe um tema de questão social. Para o tema de redação "A violência na Sociedade Brasileira: como mudar as regras desse jogo?" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2003, a professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, explica que a banca examinadora do Enem fornece dados da violência, infográfico e textos que podem servir de base para o desenvolvimento da redação. Além de considerar as causas e as consequências da violência, o aluno deve abordar também as possíveis soluções para mudar as regras desse jogo.

A professora Cida indica que uma das opções para este tema é chamar a atenção das autoridades para encontrar uma solução para a violência. "O aluno deve mostrar que a sociedade está cansada de tanta barbaridade e que o crime não deve ser feito", afirma.
Além de mostrar as causas da violência, o candidato deveria propor soluções para combatê-la, sempre de maneira equilibrada. "O aluno não poderia propor a pena de morte, já que este é um assunto muito delicado e forte. Como solução ele poderia sugerir a cultura do encarceramento, muito comum no Brasil", diz.
Como vivemos em um País onde a desigualdade social continua discrepante, a violência pode se considerada como um tema banal. Mesmo assim, o candidato deve propor uma punição exemplar mostrando que está atento aos acontecimentos cotidianos e as atualidades. "A violência já se tornou trivial, não tem como ser combatida", afirma.
Interpretação do tema redação Enem 2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar os abusos nos meios de comunicação
A sociedade em questão novamente. Para o tema de redação "Como garantir a liberdade de informação e evitar os abusos nos meios de comunicação?" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2004, a professora Cida explica que em tema como este os estudantes devem tomar muito cuidado ao sugerir certas medidas, já que elas podem acabar influenciando atitudes controladoras.

Propondo este tema, a banca examinadora se mostra tendenciosa. Ao deixar o candidato tranquilo em relação ao tema, ele poderia colocar o veto ou a intervenção do Estado nos meios de comunicação como uma das soluções para este problema.
De acordo com a professora existem abusos, sensacionalismo e apelação das grandes mídias para atingir boas audiências, mas a liberdade de informação não é um abuso e sim um direito. "Reconhecer que os abusos acontecem não significa que o governo seja o responsável pela decisão do que deve ou não ser transmitido", afirma.
O entretenimento pode ser abordado como algo saudável e o controle da informação deve ser uma responsabilidade da sociedade, ou seja, para evitar os abusos cometidos nos meios de comunicação a própria população deve monitorar. Isso faz para do processo de autorregulamentação.
Interpretação do tema redação Enem 2005: O trabalho infantil na realidade brasileira
Para o tema de redação "O trabalho infantil na realidade brasileira" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2005, a professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, analisa que o estudante mostre que o trabalho rouba a infância, que tira a oportunidade da criança frequentar a escola e explora a família. Trabalhando o texto em cima destes pontos o candidato teria a possibilidade de mostrar a realidade brasileira e a sua relação direta com o trabalho infantil.

Como solução, a professora sugere a fiscalização das grandes empresas e, consequentemente, a multa em caso de descumprimento de alguma regra. Outro ponto importante é o valor que o trabalho tem para as famílias rurais. "O trabalho para a grande maioria delas (famílias rurais) serve tanto para enobrecer a criança quanto para ajudar na renda. O trabalho protege da marginalidade e garante a renda familiar."
Dependendo do desenvolvimento do texto, o aluno poderia fazer uma denuncia em relação à omissão do poder público e ressaltar que as crianças são obrigadas a trabalhar porque a remuneração de seus pais não é digna, o que implica na falta de dinheiro para custear as necessidades básicas de uma família.
Interpretação do tema redação Enem 2006: O poder da transformação da leitura
Para o tema de redação "O poder da transformação da leitura" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2006, a professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, explica que a banca avaliadora do Enem espera que o candidato desenvolva o texto identificando a importância da leitura na formação das pessoas, mostrando que este hábito traz um enriquecimento único e crítico e que esta constatação verdadeira. Além de expandir os horizontes, a leitura amplia a participação das pessoas na sociedade.

A professora acredita ainda que a banca tem uma visão idealista e romântica dos livros. "O Enem não reconheceu que o livro no Brasil é um artigo caro. Como os textos que foram propostos pela banca, fica claro que a população deve deixar de comer para comprar livros. Saber a importância da leitura para a formação acadêmica e pessoal de um indivíduo não pode apagar a realidade do país", afirmou.
Interpretação do tema redação Enem 2007: O desafio de se conviver com a diferença
No tema de redação "O desafio de se conviver com a diferença" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2007, a banca avaliadora do Enem oferece duas músicas e a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural da UNESCO.

A professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, explica o candidato poderia considerar todos os tipos de diferença. A ideia é desenvolver o tema a partir dos benefícios que a diversidade traz para a cultura, sociedade e natureza. "A riqueza é a diferença", disse.
Ela afirma que o candidato jamais poderia usar como solução a sobreposição de uma raça ou religião por outra. "Odiar o que é diferente de nós resulta em guerras raciais e religiosas", afirma. "Uma sugestão de desenvolvimento é propor o respeito acima de tudo. Diante do diferente, agir com civilidade, tolerância e respeito", completou.
Interpretação do tema redação Enem 2008: Máquina de chuva da Amazônia
Em 2008, o formato da prova de redação do Enem está completamente diferente dos anos anteriores. Para o tema de redação "Máquina de chuva da Amazônia" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o importante era escolher uma das três medidas propostas e depois iniciar o desenvolvimento do texto.

A professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, explica que o candidato deveria mostrar o que o desmatamento faz com o funcionamento da máquina de chuva que é a Amazônia.
Como solução, o aluno deveria propor o aumento das multas, da fiscalização e o pagamento de uma taxa para incentivar os proprietários das terras a não desmatarem. "Para manter a máquina de chuva funcionando, o equilíbrio ambiental é muito importante", afirma.
Na opinião da professora a melhor opção de desenvolvimento seria a número 1. Para resolver os problemas era preciso mostrar o que daria certo e o que não funcionária dentro da medida proposta, sempre apontando as vantagens e desvantagens de cada escolha.
Interpretação do tema redação Enem 2009: O indivíduo frente à ética nacional
Assim como em outras edições do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), sobre este tema "O indivíduo frente à ética nacional", o estudante deveria apresentar uma proposta de ação social. Além da sátira em relação à falta de honestidade no País, são oferecidos como texto base dois textos que questionavam a tendência por parte dos brasileiros a se acomodar.

De acordo com a professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, existem dois posicionamentos possíveis a serem defendidos. O primeiro seria concordando com a tese e, o segundo, defendendo os cidadãos. Ambas possibilidades deveriam ser adotadas com muito cuidado para não ser tendencioso. "A banca examinadora generaliza a sua crítica e dá a entender que ninguém é perfeito", comentou.
Outro ponto interessante a ser desenvolvido é defender a integridade dos cidadãos e reconhecer que existe a banalização da ética. "Os textos base propõem que as pessoas honestas são otárias e que os fins justificam os meios. Basta aparecer a oportunidade para o ser humano fazer as mesmas coisas", afirmou.
Como solução, o candidato poderia mostrar o voto, que é responsabilidade individual, como uma forma de reverter esse ciclo vicioso de corrupção. E que a sociedade é mais uma vítima da corrupção e já está cansada de representantes sem compromisso social.
Interpretação do tema redação Enem 2010: O trabalho na construção da dignidade humana
De acordo com a professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, a banca avaliadora se confundiu na hora de montar a proposta da redação de 2010 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O tema era "o trabalho na construção da dignidade humana". "Os candidatos sentiram muita dificuldade em relacionar os temas. Quem tentou unir se perdeu", afirma.

Os textos fornecidos como base são completamente diferentes. O primeiro é a imagem de um escravo na zona rural. O segundo é um texto otimista sobre o trabalho ideal na zona urbana. O terceiro é a equação do trabalho e da felicidade.
Como sugestão de desenvolvimento, a professora indica a seleção de um tema para que o aluno consiga melhores condições de solução. Caso o candidato optasse pela imagem do trabalho escravo, uma sugestão de solução seria propor uma rigorosa fiscalização deste tipo de exploração, usando fatos atuais, como por exemplo, o trabalho escravo nas zonas urbanas.
Utilizando o texto 2, ele deveria demonstrar no texto o otimismo do trabalho ideal que as cidades oferecem, ou então, ele poderia usar fatos atuais da alta valorização de um bom emprego para dar mais fundamento durante a argumentação.
Interpretação do tema redação Enem 2011: Viver em rede no século XXI
Para o tema de redação "Viver em rede no século XXI. Os limites entre o público e o privado" que caiu na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2011, a professora Cida Custódio, do cursinho Objetivo Paulista, sugere que o aluno, com suas argumentações, seja capaz de mostrar como estabelecer o limite entre o público e o privado. "Existe a possibilidade de convivência harmoniosa entre o público e o privado. Cada indivíduo deve fazer suas escolhas para mantê-la", afirma.

Como opção de desenvolvimento, o candidato poderia citar alguns exemplos de exposição sem reservas provando que isso é um comportamento de risco. Para dar mais credibilidade ao texto, fatos atuais como a primavera árabe e proibição de internet em Cuba são uma alternativa.
Respondendo a pergunta e, consequentemente dando uma solução ao tema proposto, o estudante deveria indicar um sistema de controle sempre respeitando a liberdade de expressão.

Rio+20- Conferência da ONU debate futuro do planeta


José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Começou no dia 13 de junho a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A cúpula vai discutir um conjunto de metas para conciliar, nas próximas décadas, o crescimento econômico com a preservação do meio ambiente.


A conferência, que acontece até 22 de junho no Rio de Janeiro, reúne chefes de Estado, diplomatas, empresários e integrantes da sociedade civil (ONGs, universidades etc.). Ela é considerada o maior evento promovido pela ONU.

A Rio+20 – chamada assim em homenagem aos 20 anos de realização da Rio-92 (ou Eco-92) – apresentará, ao final dos debates, um documento que reafirmará os compromissos estabelecidos em protocolos como a Agenda 21.

Há décadas cientistas alertam para os efeitos da poluição e o esgotamento de recursos naturais, como a água doce. Num futuro próximo, mudanças drásticas no clima poderão levar à extinção de um terço de todas as espécies conhecidas no planeta.

população mundial, que hoje é de 7 bilhões, atingirá a marca de 9 bilhões em 2050. Com isso, a produção de alimentos terá que aumentar em 70%. Hoje, quase um bilhão de pessoas passam fome todos os dias.

Mas como promover o desenvolvimento da economia (e, assim, reduzir os índices de exclusão social) sem agredir a natureza? Isso demanda novos modos de produção que substituam o modelo atual, baseado em petróleo. É a chamada economia verde, um dos principais temas em discussão na Rio+20.

Economia verde é aquela baseada na baixa emissão de gás carbônico e no uso mais inteligente dos recursos naturais. A proposta é conservar os avanços científicos e econômicos do capitalismo e, ao mesmo tempo, empregar estratégias que reduzam os impactos ambientais.

Na prática, isso consiste em mudança de hábitos: nas cidades, economizar energia e reciclar o lixo; nos campos, harmonizar interesses da agropecuária com a preservação de florestas; nas indústrias, investir em energias alternativas, como a solar e a eólica.

Para isso é preciso o comprometimento também dos governos. Como fazer, por exemplo, que um pecuarista deixe de desmatar uma floresta para alimentar seu rebanho? É necessário regulamentação e fiscalização do setor.
 

ONU “verde”

E em um nível global? Como fazer com que países mudem a conduta? Para resolver essa questão, a Rio+20 discutirá a estrutura institucional, que trata da organização entre países para que cumpram leis, acordos e protocolos da economia verde.

Uma das propostas mais polêmicas, nesse sentido, é a criação de uma Organização Mundial do Meio Ambiente, ou seja, uma ONU para assuntos ambientais.

Apesar de haver um consenso sobre a necessidade da conservação dos ecossistemas, não é uma tarefa tão simples convencer países ricos a refrearem suas economias. Ainda mais em um contexto de recessão pós-crise econômica de 2008.

De 200 parágrafos do acordo, dois terços estão em aberto. Além disso, a pauta é extensa para poucos dias de debates.

Um exemplo de desacordo é aquele que envolve os Estados Unidos e a China. Essas potências econômicas são também as sociedades mais consumidoras e poluidoras do planeta. Desse modo, a efetivação das políticas de desenvolvimento sustentável depende da participação de americanos e chineses.

Só que, em razão da competição entre ambas as nações, o acordo torna-se difícil: a China é resistente a qualquer medida que retarde seu crescimento, e os Estados Unidos, por sua vez, rechaça qualquer proposta que favoreça o adversário comercial.

O Brasil se destaca nas questões de desenvolvimento sustentável, pois possui energia limpa em abundância, a maior reserva de água potável do planeta e campos férteis. A redução das taxas de desmatamento da Amazônia e dos índices de pobreza são pontos favoráveis, mas medidas como o estímulo à indústria automotiva e a euforia com a exploração da camada pré-sal estão na contramão da agenda da Rio+20.
 
Direto ao ponto volta ao topo
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou no último dia 13 de junho no Rio de Janeiro. O evento, que acontece até o dia 22 de junho, reúne líderes mundiais para discutir medidas que promovam o progresso aliado à preservação do meio ambiente nas próximas décadas.

O evento marca os 20 anos da realização da Rio-92 (ou Eco-92). Os dois principais temas em debate são: economia verde e cooperação global. Economia verde é um modelo de crescimento econômico baseado na baixa emissão de carbono e no uso inteligente dos recursos naturais. Isso depende, por sua vez, de uma organização entre os países para garantir que os protocolos sejam seguidos por todos os governos.

O desafio da conferência é fazer com que países como Estados Unidos e China, as duas maiores economias do planeta, convirjam em seus interesses para assumir os compromissos estabelecidos pela cúpula. Um documento com as metas a serem atingidas nas próximas décadas deve ser divulgado ao final do evento.

Saiba mais

  • Economia e Sustentabilidade – O que é e como se faz (Loyola): livro de Luiz Fernando Krieger Merico que discute os passos para a implantação da economia verde.
     
  • Uma Verdade Inconveniente (2006): documentário apresentado pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que mostra os efeitos do aquecimento global.
*José Renato Salatiel é jornalista e professor.