Rádio Extraclassse Kolping

sábado, 24 de julho de 2010

Agenda 2010- Confira temas que podem render questões nos próximos vestibulares.


Se a primeira década do século 21 foi marcada por conflitos insolúveis, terrorismo, crises nas finanças e degradação ambiental, tudo leva a crer que estes temas estarão novamente em pauta em 2010. O ano que começa será decisivo para os países desenvolvidos resolverem questões financeiras, ainda devidas ao colapso econômico de dois anos atrás, em harmonia com uma agenda global sobre as mudanças climáticas.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Dois países continuarão em destaque, regendo a sinfonia econômica do planeta: Estados Unidos e China. Deles dependem não somente a recuperação das finanças globais como os acordos referentes à diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa, cujas metas foram deixadas em aberto com o fracasso da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em dezembro de 2009.

Na América Latina, a política estará em foco, sobretudo no Brasil, com as eleições presidenciais e o início da era pós-Lula. Mas, antes disso, os olhares do mundo se voltarão para a África do Sul, que sediará o principal evento internacional do ano, a Copa do Mundo da Fifa.

Fim da "obamania"
O ano de 2010 será particularmente delicado para o presidente americano Barack Obama. Passada a euforia da eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, o democrata precisará colocar as finanças domésticas em ordem, administrando um rombo bilionário por conta dos empréstimos que salvaram instituições financeiras e a indústria automobilística durante a crise econômica.

Na política externa, precisará cumprir metas que visam encerrar duas guerras, no Afeganistão e no Iraque, iniciadas há quase uma década pelo antecessor, o ex-presidente George W. Bush. No Iraque, este ano será de desocupação e entrega definitiva do governo aos iraquianos, enquanto que, no Afeganistão, a aposta é no reforço de efetivo para fortalecer as autoridades locais contra os talebans.

Soma-se a isso a queda de popularidade de Obama, que tinha um índice de aprovação de 70% no começo de 2009 e que, hoje, bate na casa dos 50%. A insatisfação de metade da população com promessas não cumpridas e falta de ações mais enérgicas deve refletir nas eleições parlamentares em novembro. Apesar de fechar 2009 com a sanção do projeto de reforma do sistema de saúde, o presidente corre o risco de perder este ano a maioria na Câmara dos Deputados, o que pode complicar seus dois últimos anos de governo. Já no Senado americano, são poucas as chances de os democratas saírem derrotados.

Dragão chinês
A China, em 2010, vai se tornar a segunda maior economia mundial, ultrapassando o Japão, além de, pela primeira vez, gerir 10% das exportações no comércio internacional. Depois de se recuperar da crise econômica mais rápido que outros países desenvolvidos, a China manterá a taxa de crescimento apenas um pouco menor que os 10% anuais que vinha registrando nas últimas três décadas. Nesse ritmo, especialistas preveem que ultrapasse os Estados Unidos em vinte anos (a mesma previsão era feita sobre o Japão nos anos 1980, antes que o país entrasse em recessão nos anos 1990).

Na política, o Partido Comunista Chinês vai tirar o máximo de vantagens da "Exposição Mundial", evento internacional realizado desde o século 19 e que este ano será em Xangai. Enquanto isso, o presidente Hu Jintao prepara suas substituições na liderança do partido, em 2012, e na Presidência, em 2013.

Contudo, a face mais dura do regime comunista será posta à prova em negociações com os Estados Unidos, em torno dos temas economia e mudanças climáticas, e, internamente, frente à tensão com minorias étnicas no Tibete e em Xinjiang, palcos de revoltas nos dois anos anteriores. O governo já se previne contra novas ondas de protestos, em especial no mês de outubro, quando será lembrado o aniversário de 60 anos da invasão do Tibete pela China.

Pós-Lula
No caldeirão da América Latina, a fervura será política, com destaque para as eleições presidenciais de outubro no Brasil. Será a primeira vez, desde o retorno das eleições diretas em 1989, que Luiz Inácio Lula da Silva ficará fora da disputa. O ex-metalúrgico perdeu três eleições para presidente e está no poder desde 2003, em dois mandatos consecutivos (veja filme indicado abaixo). Ele possui uma aprovação recorde da população brasileira, amparada pela estabilidade econômica do país e a despeito dos escândalos de corrupção em seu governo.

Os candidatos com maiores índices de intenção de votos são: o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT). Serra tem maioria no Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, ao passo que a eleição de Dilma depende da capacidade de Lula de transferir para ela sua popularidade.

O ano eleitoral deverá ainda interferir em uma das decisões mais importantes do Congresso em 2010, sobre o marco regulatório da exploração do petróleo descoberto na camada pré-sal. A comemoração dos 50 anos de Brasília também colocará em evidência a capital do país.

Outras eleições importantes ocorrem em países da América Latina, no ano em que se comemoram dois séculos de independência da América Espanhola. Para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, 2010 será decisivo para testar sua influência na região. Disso depende a condução da economia do país e o preço do petróleo, que financia o socialismo "bolivariano" de Chávez, além dos resultados das eleições parlamentares em setembro.

Mudanças devem ocorrer no Chile, onde a direita tem chances de retornar ao poder depois de quase duas décadas fora dele, com Sebastián Piñera, que concorre à Presidência no segundo turno, disputado em janeiro. Na Colômbia, o desenlace das eleições presidenciais depende de uma decisão da Corte Constitucional sobre um referendo que permita mudar a Carta, para que o presidente Álvaro Uribe, desde 2002 no cargo, concorra a um terceiro mandato. Caso seja candidato, são grandes as chances de vitória.

Chantagem atômica
Em segundo plano, a Europa amarga uma taxa de desemprego que, estima-se, deve atingir uma marca histórica de 10%, o que corresponde a cerca de 57 milhões de desempregados na UE (União Europeia). A economia em ritmo lento deve dar vazão a políticas protecionistas dos mercados internos, incluindo medidas restritivas à imigração, além de protestos de rua. Mas os 27 países integrantes da UE começam o ano com novas regras, definidas pelo Tratado de Lisboa, que pretende, na prática, conferir maior representatividade ao bloco.

Na Europa Oriental, as disputas energéticas, como a que opôs Rússia e Ucrânia em 2009 e deixou boa parte da Europa sem gás em pleno inverno, deverão ter novos capítulos.

Entretanto, é no Oriente Médio que estarão alguns dos maiores nós da diplomacia em 2010. O Irã, mais uma vez, será o centro das atenções. Além do desgaste político com as revoltas de parte da população, a insistência em levar adiante o programa nuclear sem a fiscalização da Organização das Nações Unidas (ONU) poderá levar a um conflito com Israel, caso sanções econômicas não surtam efeito.

Assim como a Coreia do Norte, que insiste em fazer testes com armas nucleares, o Irã também se coloca na contramão de debates sobre o desarmamento nuclear que ocorrerão em 2010. Na Coreia do Norte, continuarão ocorrendo especulações sobre o estado de saúde do líder Kim Jong-il, que nos bastidores prepara sua sucessão no poder. Longe da diplomacia oficial, as duas Coreias - Norte e Sul - irão medir forças pela primeira vez numa mesma Copa do Mundo, no ano em que lembram o centenário da ocupação japonesa.

Finalmente, acontecerá na África do Sul o maior evento de âmbito internacional de 2010. A Copa do Mundo deve ajudar o país tanto a expurgar o passado de divisão racial quanto a se diferenciar de países vizinhos como a Somália, devastada pela guerra civil. Desse país que, como o Brasil, idolatra o futebol, talvez guardemos as melhores lembranças deste ano.

Direto ao ponto-Resumo:

Em 2010, Estados Unidos e China continuam em evidência. Dos dois países depende a lenta recuperação econômica global em consonância com uma política que previna o mundo dos efeitos catastróficos da mudança climática. Mas o ano também será de países emergentes como o Brasil, que realiza em outubro a primeira eleição presidencial desde 1989 sem a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja aprovação é recorde. E, além disso, será um ano de Copa do Mundo, realizada na África do Sul.

Os principais pontos da política e economia mundial em 2010 são:

# Estados Unidos: será um ano difícil para o presidente Barack Obama, com a aprovação em queda. Na metade do mandato, ele enfrenta eleições legislativas que podem lhe custar a maioria na Câmara dos Deputados, além de ter como desafios sanar as contas públicas e lidar com as guerras no Iraque e no Afeganistão. No Iraque, deverá cumprir as metas de retirada das tropas combatentes até final de agosto.

# China: o país vai atingir dois patamares históricos na economia: pela primeira vez, ultrapassará o Japão como segunda maior potência econômica do planeta e contabilizará 10% das exportações mundiais. Por outro lado, o regime comunista terá que lidar com dissidências étnicas e protestos, no ano que lembra os 60 anos da invasão do Tibete.

# América Latina: o ano será de eleições, com destaque para a sucessão presidencial no Brasil, que marcará o inicio da era pós-Lula. O presidente tentará transferir sua popularidade para eleger Dilma Roussef, chefe da Casa Civil. Ela disputa o cargo com o governador de São Paulo, José Serra, que tem a seu favor o maior colégio eleitoral do país no Estado de São Paulo. Em 2010 também haverá eleições parlamentares na Venezuela, e presidenciais no Chile e na Colômbia, no ano em que se comemoram 200 anos de independência da América Espanhola.

# Europa: na UE (União Europeia) deve entrar em vigor o Tratado de Lisboa, que confere mais representatividade ao bloco. Mas é incerto se isso ajudará o continente a enfrentar o fantasma do desemprego, que pode atingir a taxa recorde de 10% da população.

# Oriente Médio: a insistência do Irã em continuar seu programa nuclear sem a supervisão da ONU pode levar a um conflito com Israel. As manifestações contra o governo iraniano continuam em 2010, mas será uma disputa interna pelo poder que definirá o futuro do país dos aiatolás.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades/agenda_2010.jhtm

Mudanças climáticas: caçando indicadores no Nordeste brasileiro.



Artigo publicado na Ciência Hoje- CH 272 (julho/2010)

As mudanças climáticas globais atraem hoje a atenção de toda a sociedade,em especial por causa das previsões sobre efeitos catastrófi cos divulgadas pelos meios de comunicação de massa. Mas como avaliar com maior precisão a dimensão dessas
alterações do clima e os impactos que terão na paisagem natural e na vida humana?
Uma das estratégias da ciência para isso é identifi car e acompanhar processos que não só confi rmem que o clima está mudando, mas também indiquem como e em que medida isso afetará o planeta em que vivemos. Encontrar e estudar indicadores desse tipo é o objetivo de pesquisas científi cas feitas hoje em todo o mundo, inclusive no Brasil. No Nordeste, estudos no rio Jaguaribe e em trechos do litoral apontaram alguns processos naturais que podem servir como indicadores e a avaliação destes apontou que, de fato, as mudanças climáticas vêm intensifi cando as alterações ambientais. É necessário, portanto,aprofundar o estudo desses e de outros indicadores, para que se possam encontrar formas de adaptação às transformações previstas.

Luiz Drude de Lacerda, Mario Duarte Godoy e Luis Parente Maia
Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará

Artigo na íntegra disponível para Download no link da Revista:

mudancasclimaticas272.pdf — PDF document, 4357Kb
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/272/pdf_aberto/mudancasclimaticas272.pdf/at_download/file

Vale a pena conferir!!

Ficha limpa - Congresso aprova lei proposta pela iniciativa popular.


A aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa no Senado, ocorrida no dia 19 de maio de 2010, foi considerada um avanço na política brasileira, no sentido de criar mecanismos para combater a corrupção no país. O projeto de lei, que foi elaborado por cidadãos comuns, só entrou na pauta de votações neste semestre e recebeu aval do Congresso devido à pressão popular, o que demonstra a rejeição do brasileiro aos políticos desonestos.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

O Projeto Ficha Limpa torna mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem às eleições. Apesar de ter recebido emendas na Câmara dos Deputados e no Senado que amenizam seu impacto, ele contribui para mudar o comportamento da classe política.

A medida vai atingir políticos condenados por crimes graves, cuja pena de prisão é superior a dois anos, e aqueles que renunciarem o mandato visando escapar do processo de cassação.

Falta definir se a norma será válida para as eleições de outubro deste ano, que irão eleger presidente, governadores, deputados federais e estaduais e senadores. Também se discute se políticos já condenados pela Justiça perderão o direito de se candidatar ou se a lei só irá valer para os que receberem sentenças a partir da vigência das novas regras.

Pressão popular
A proposta chegou ao Congresso por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP), que é quando o projeto tem origem na sociedade civil.

Existem cinco tipos de propostas de leis que são apreciadas pelo Poder Legislativo: emenda constitucional, projeto de lei complementar, lei delegada, decreto legislativo e resolução. Cada iniciativa possui ritos próprios dentro das Casas legislativas e depende de um número mínimo de votos para ser aprovada.

No caso do Projeto Ficha Limpa, trata-se de uma lei complementar. Esse tipo de projeto é feito para complementar ou regular uma regra já estabelecida pela Constituição Federal de 1988. Para ser aprovado, precisa de votos da maioria absoluta da Câmara dos Deputados e do Senado.

Os projetos de lei complementar e ordinária podem ser apresentados por um deputado ou um senador, por comissões da Câmara ou do Senado, pelo presidente da República ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por Tribunais Superiores e pelo procurador-geral da República.

Um caminho mais difícil é ser apresentado pelo cidadão, por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular. Para isso, é preciso a assinatura de 1% dos eleitores brasileiros distribuído por, no mínimo, cinco unidades da Federação. Em cada Estado e no Distrito Federal é necessário o apoio mínimo de 3% do eleitorado.

A proposta do Ficha Limpa foi encaminhada à Câmara dos Deputados pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) em setembro de 2009. Foram coletadas mais de 1,6 milhão de assinaturas. A campanha começou em abril de 2008.

O que diz a lei
O Projeto Ficha Limpa altera a Lei Complementar nº 64 de 1990. Esta lei, atualmente em vigor, estabelece critérios de impedimento para a candidatura de políticos, de acordo com a Constituição. O objetivo, segundo o texto, é proteger a "probidade administrativa" e a "moralidade no exercício do mandato".

O Ficha Limpa proíbe que políticos condenados por órgãos colegiados, isto é, por grupos de juízes, se candidatem às eleições. Pela lei atual, o político ficaria impedido de se candidatar somente quando todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado de decisão transitada em julgado. O problema é que o trâmite pode demorar anos, o que acaba beneficiando os réus.

Um processo cível ou criminal começa a ser julgado no Fórum da cidade, onde acontece a decisão de primeira instância, que é a sentença proferida por um juiz. Se houver recurso, o pedido é analisado por juízes do Tribunal de Justiça dos Estados. Há ainda a possibilidade de apelar a uma terceira instância, que pode ser tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de artigos da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a Lei Complementar nº 64, somente quando esgotados todos esses recursos o político que responde a processo poderia ser impedido de se candidatar.

Já o Projeto Ficha Limpa torna inelegível o réu que for condenado por um grupo de juízes que mantiver a condenação de primeira instância, além daqueles que tiverem sido condenados por decisão transitada em julgado.

Quando ao prazo de inegibilidade, ele varia hoje de acordo com a infração cometida e o cargo ocupado pelo político. Com as alterações do Ficha Limpa, o prazo é de oito anos após o fim do mandato, incluindo as eleições que ocorrerem durante o restante do mandato do político condenado, e independe do tipo de crime cometido.

Outra mudança diz respeito aos crimes que tornam o político inelegível, caso condenado. O Ficha Limpa mantém todos os delitos previstos na lei em vigor (como crimes eleitorais, contra a administração pública e tráfico), e inclui outros, tais como: crimes contra o patrimônio privado, contra o meio ambiente e saúde, lavagem e ocultação de bens, crimes hediondos e praticados por organização criminosa.

Eleições de outubro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 15 dias para sancionar o projeto. Se a lei for sancionada até dia 9 de junho, antes do início das convenções partidárias para escolher os candidatos (10 de junho), as regras poderão valer já para as próximas eleições.

No entanto, somente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai decidir, após (e se houver) a sanção, se as regras serão válidas para as eleições de outubro ou apenas a partir das eleições municipais de 2012.

O artigo 16 da Constituição diz que uma lei só pode mudar o processo eleitoral se ela for promulgada um ano antes das eleições. Isso quer dizer que, se o Ficha Limpa altera esse processo, ele só será considerado para o pleito de 2012. Porém, se a sanção ocorrer antes das convenções partidárias e os magistrados entenderem que, assim, a legislação não fere a Carta Magna, será aplicado neste ano.

Polêmicas
Segundo especialistas, emendas na proposta, feitas pelo Congresso, amenizaram o impacto da redação inicial do Ficha Limpa.

Talvez a alteração mais importante seja aquela referente ao dispositivo de "efeito suspensivo" de recursos. De acordo com essa emenda, um político condenado em segunda instância por um órgão colegiado pode apelar junto ao STF e conseguir a suspensão do recurso. Entretanto, essa medida dará mais agilidade ao processo, que terá prioridade na tramitação.

O texto original do Ficha Limpa também foi abrandado na Câmara dos Deputados, no artigo relativo à condenação do político. De acordo com o projeto apresentado, o político ficaria impedido de concorrer às eleições se fosse condenado na primeira instância. Com a emenda parlamentar, a inegibilidade é aplicada somente em decisão colegiada ou de última instância.

No Senado, foi apresentada uma emenda que determina que a proibição de candidaturas só vale para sentenças proferidas após a lei ser editada. A mudança na redação substituiu o tempo verbal: de "sido condenados" para "forem condenados". Ou seja, somente políticos que forem condenados depois da Lei Ficha Limpa entrar em vigor serão impedidos de disputar as eleições, de acordo com a interpretação de alguns especialistas.

Políticos como o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que não poderia se candidatar às eleições deste ano segundo o Ficha Limpa, poderão fazer isso graças à emenda feita ao projeto.

Na prática, o Projeto Ficha Limpa afeta um quarto dos deputados e senadores que respondem a inquéritos ou ação penal no STF. Porém, a lei sozinha não basta. As urnas ainda são a melhor forma de barrar os maus políticos.

Direto ao ponto-RESUMO:

O Senado brasileiro aprovou, no dia 19 de maio de 2010, o Projeto de Lei Ficha Limpa, que torna mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem às eleições.

A proposta chegou ao Congresso por meio de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP). Para tanto, foi preciso a assinatura de 1% dos eleitores brasileiros. Graças à pressão popular, em ano eleitoral, o Ficha Limpa foi aprovado por unanimidade no Congresso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 15 dias para sancionar o projeto. Se a lei for sancionada até 9 de junho, antes do início das convenções partidárias para escolher os candidatos (10 de junho), as regras poderão valer já para as eleições de outubro de 2010. Caso contrário, somente a partir do pleito de 2012. A decisão, no entanto, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades/projeto-ficha-limpa.jhtm

Índios - Políticas de proteção completam um século no Brasil


Há cem anos foi criado no Brasil o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão que inaugurou a política indigenista no país. Apesar dos erros cometidos pelo Estado na tentativa de integrar comunidades indígenas à sociedade, o serviço foi pioneiro na demarcação de terras, o que garantiu a sobrevivência das tribos. O SPI foi substituído, em 1967, pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Vestígios arqueológicos indicam a presença de índios num período entre 11 e 12 mil anos atrás no Brasil. Estima-se que, quando os portugueses chegaram, há mais de 500 anos, existiam até 10 milhões de nativos, que falavam cerca de 1.300 línguas. Com a colonização do território nacional, aldeias foram dizimadas por bugreiros - sertanejos contratados por colonos para caçar bugres (indígenas) - ou por doenças contagiosas adquiridas pelo contato com o homem branco, contras as quais os nativos não tinham imunidade.

Hoje, de acordo com dados da Funai, existem cerca de 460 mil índios no país, vivendo em 225 comunidades. Além destes, estima-se que há entre 100 e 190 mil índios vivendo fora de suas tribos.

A despeito desse total de índios corresponder a 0,25% da população brasileira, as 488 terras indígenas delimitadas perfazem 12,41% do território nacional. Restaram 180 línguas diferentes faladas pelas etnias, excluindo-se aquelas em uso por comunidades isoladas, que ainda não foram estudadas.

Marechal Rondon
O SPI foi fundado em 20 de junho de 1910 por meio do decreto nº 8.072, assinado pelo presidente Nilo Peçanha. A direção ficou a cargo de Cândido Mariano da Silva Rondon, militar e sertanista descendente de índios, mais conhecido como marechal Rondon.

No final do século 19, Rondon foi responsável pela instalação de milhares de quilômetros de linhas telegráficas no interior do país. Nesse trabalho, entrou em contato com dezenas de tribos, sempre de maneira pacífica. Seu lema era "Morrer, se preciso for. Matar, nunca".

À frente do SPI, Rondon mudou a forma de tratamento dos índios, que antes eram considerados um entrave para o desenvolvimento da nação. Para proteger os índios, foram feitas as primeiras demarcações de terra. Ele também defendeu a instauração de reservas como o Parque do Xingu, primeiro território indígena criado pelo governo, em 1961.

No entanto, o pensamento positivista que norteou os trabalhos de Rondon é hoje considerado um equívoco. Segundo o positivismo, doutrina filosófica fundada por Augusto Comte no século 19 e muito influente entre intelectuais brasileiros no período que vai do fim da monarquia às primeiras décadas da república, a humanidade passaria por fases evolutivas, da origem primitiva à civilização moderna.

Para os positivistas, os índios eram selvagens que viviam em estado primitivo e que precisavam ser civilizados. Como fazer isso? Incorporando-os à vida do Brasil rural e ensinando-lhes valores ocidentais. Na ata de criação do SPI consta o nome do órgão como Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais. O objetivo era, portanto, aproveitar a mão de obra indígena na agricultura e adaptar os nativos ao convívio em sociedade.

Para isso foram criadas escolas e oficinas de trabalho - e também se construíram casas. As aldeias foram fragmentadas, separando famílias e misturando etnias. Com isso, o SPI impediu o extermínio da população nativa, protegendo fisicamente os índios em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração foi prejudicial para a cultura indígena.

A partir dos anos 1950, antropólogos como Darcy Ribeiro e o sertanista Orlando Villas Bôas ajudaram a mudar essa visão etnocêntrica. Atualmente, os antropólogos entendem que os índios possuem cultura própria, que é considerada patrimônio da humanidade. O conhecimento que eles têm da floresta, por exemplo, vem ajudando cientistas no estudo de plantas para uso medicinal e na proteção do meio ambiente.

Para o governo, a melhor forma de preservar os costumes das comunidades é por meio de terras demarcadas. O processo de demarcação ganhou fôlego nos anos 1970, quando surgiram os primeiros movimentos de defesa dos índios.

A nova política indigenista foi finalmente incorporada à Constituição Federal de 1988, cujo Artigo 231 diz: "São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens".

A Funai mantém, desde 1987, uma unidade especializada em localização e proteção de tribos isoladas. Mas sua política, agora, é a de retardar ao máximo o contato com o homem branco.

Direto ao ponto-RESUMO:
O

Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão que inaugurou a política indigenista no país, foi instituído há um século, em 20 de junho de 1910. Ele foi substituído, em 1967, pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

Antes de o SPI ser criado, os índios eram vistos como um entrave ao desenvolvimento do país. Um dos responsáveis pela mudança no tratamento dos povos nativos foi o marechal Rondon, primeiro diretor do SPI.

Rondon, porém, tinha um programa, baseado em ideias positivistas, de integrar os índios e usá-los como mão de obra na agricultura. Isso foi prejudicial para a diversidade cultural e étnica dos índios. Por outro lado, a demarcação de terras iniciada pelo SPI é vista hoje como a maneira mais eficaz de proteger as tribos. O direito a terras e à preservação dos costumes indígenas é reconhecido pela Constituição Federal de 1988.

http://educacao.uol.com.br/atualidades/politica-de-protecao-ao-indio.jhtm

Casamento gay - Argentina é o primeiro país latino-americano a oficializar união.


A Argentina aprovou, em 16 de julho de 2010, o casamento gay, tornando-se o primeiro país na América Latina (o segundo no continente, depois do Canadá) e o décimo no mundo a legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo. A lei, que deve ser sancionada pela presidente Cristina Kirchner, é um avanço na defesa dos direitos dos homossexuais.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Depois de passar na Câmara dos Deputados no dia 5 de maio, a lei foi sancionada no Senado por 33 votos a favor, 3 abstenções e 23 votos contrários. O debate entre os parlamentares durou 14 horas. Fora do Legislativo, grupos que se opunham à proposta (formados por católicos) e de apoio aos homossexuais fizeram protestos.

Diferentemente de países como Uruguai e Colômbia, que somente autorizam as uniões civis de casais gays, a nova legislação argentina reconhece também direitos e benefícios jurídicos e sociais. Para isso, ela substituiu, no Código Civil, os termos "marido e mulher" por "contratantes", igualando os direitos de casais gays e heterossexuais.

Entre as mudanças, está o recebimento total da herança, no caso de morte de um dos cônjuges, permissão para adoção de crianças (antes, somente um dos membros da relação podia adotar), uso de sobrenome comum para crianças adotadas ou para filhos naturais de um dos parceiros, e direito, para o casal, de receber pensão, pagar impostos e pedir crédito.

A capital Buenos Aires e outras quatro cidades argentinas já permitiam o matrimônio civil entre pessoas do mesmo sexo.

Outros nove países possuem leis específicas sobre casamento gay, válidas para todo o território nacional: Holanda, Espanha, Bélgica, África do Sul, Canadá, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia. Em Portugal, a lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi promulgada no dia 17 de maio de 2010. Na Islândia, a norma entrou em vigor no dia 27 de junho.

Nos Estados Unidos, seis estados permitem o casamento gay: Massachusetts, Connecticut, Iowa,Vermont, New Hampshire e Washington, D.C. A Cidade do México também aprovou recentemente uma lei semelhante.

Justiça
No Brasil, casais homossexuais precisam recorrer à Justiça para conseguir os mesmos direitos válidos para uniões heterossexuais. Com isso, ficam à mercê de decisões pontuais de juízes de comarcas, ou seja, não há uma padronização quanto às sentenças.

Uma das decisões judiciais mais conhecidas foi a da tutela do filho da cantora Cássia Eller, após a morte da artista, em 29 de dezembro de 2001. A Justiça do Rio de Janeiro concedeu a guarda provisória da criança para a parceira da artista, Maria Eugênia Vieira Martins, que viveu com Cássia durante 14 anos.

Existem projetos de leis sobre união estável e direitos civis de homossexuais que tramitam no Congresso brasileiro desde 1995. O que impede que sejam votados é o lobby de políticos conservadores ou ligados a setores religiosos, além da rejeição de parcela do eleitorado.

A despeito disso, a Parada do Orgulho Gay de São Paulo é reconhecida como o segundo maior evento homossexual do mundo, atrás apenas da passeata realizada em Nova York.

Minorias
Até meados do século 20, o homossexualismo era considerado crime grave em países da Europa, como Reino Unido e Portugal. Um dos julgamentos mais célebres da história foi o do escritor irlandês Oscar Wilde, autor de O retrato de Dorian Gray. Ele foi julgado em 1895 por sodomia e comportamento indecente, e condenado a dois anos de prisão e trabalhos forçados. Os homossexuais também sofreram perseguições na Alemanha nazista e na Rússia stalinista.

Além de constar dos códigos penais de alguns países, o homossexualismo era visto como uma doença, reconhecida até recentemente pela Organização Mundial da Saúde. Em 1954, o matemático inglês Alan Turing, precursor dos computadores, matou-se depois de ser obrigado pela Justiça a fazer um tratamento médico que envolvia a castração química.

A partir dos anos 1980, os gays foram estigmatizados como disseminadores da Aids, chamada na época de "peste gay". Com o aumento de casos entre heterossexuais, foi constatado que a doença não estava relacionada à natureza ou à orientação sexual dos pacientes, mas, sim, a condutas de risco.

Boa parte da mudança de valores e dos avanços sociais para a minoria gay se deve aos movimentos de direitos civis. O marco dessa luta foram os conflitos de Stonewall, nos Estados Unidos, iniciados em 28 de junho de 1969. Foi a primeira vez que a comunidade gay se uniu contra a perseguição do Estado. Os distúrbios entre manifestantes e policiais começou em frente ao bar Stonewall Inn, localizado no bairro Greenwich Village.

Hoje, sabe-se que o homossexualismo, como qualquer outro comportamento humano, resulta de uma combinação de fatores genéticos, sociais e culturais. Com base nisso, a maioria dos países industrializados criou estatutos legais que garantem a união civil de casais do mesmo sexo e leis que penalizam os crimes contra homossexuais. Apesar disso, países como Irã, Argélia e Paquistão ainda consideram o homossexualismo crime.

Direto ao ponto-RESUMO:

O Senado argentino aprovou, no dia 16 de julho de 2010, o casamento gay, tornando-se o primeiro país na América Latina a legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo. A lei ainda precisa ser sancionada pela presidente Cristina Kirchner.

A nova legislação altera, no Código Civil, os termos "marido e mulher" para "contratantes", igualando os direitos de casais gays e heterossexuais. Entre as mudanças, estão: a) recebimento total da herança, no caso de morte de um dos cônjuges; b) permissão para adoção de crianças (antes, somente um dos membros da relação podia adotar); c) uso de sobrenome comum para crianças adotadas ou para filhos naturais de um dos parceiros; e d) o casal passa a ter direito de receber pensão, pagar impostos e pedir crédito.

No Brasil, casais homossexuais precisam recorrer à Justiça para conseguir os mesmos direitos válidos para uniões heterossexuais. Existem projetos de leis sobre a união estável e direitos civis de homossexuais que tramitam no Congresso brasileiro desde 1995.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades/ult1685u468.jhtm

Mandela: 20 anos de liberdade - Entenda o que significa esse fato para nossa história recente.


Há vinte anos, em 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela foi libertado da prisão para conduzir o processo de extinção do apartheid - legislação que segregou negros na África do Sul por quatro décadas - e a democratização do país.


Sede da Copa do Mundo de 2010 e maior potência econômica no continente africano, a África do Sul conseguiu superar, nestas duas décadas, as barreiras legais e políticas que separavam brancos (apenas 9% da população) e negros. Mas um "muro" social mantém metade da população negra abaixo da linha da pobreza.

O fim do apartheid foi um evento tão importante na segunda metade do século 20 quanto a queda do Muro de Berlim e o colapso dos regimes comunistas no Leste Europeu e na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Esses eventos históricos aconteceram no mesma época.

Num mundo às portas da globalização, o apartheid era considerado uma aberração. O único paralelo na história, em termos de criação de leis de segregação racial, aconteceu na Alemanha nazista e em alguns estados sulistas dos Estados Unidos.

A prática da segregação na África do Sul remonta ao período colonial. Os africâners (ou bôeres), descendentes de holandeses, e os ingleses chegaram no século 17. As primeiras regras que restringiam o direito de ir e vir dos negros em colônias britânicas datam do século 19.

O regime foi implantado oficialmente em 1948, quando o Partido Nacional venceu as eleições. O partido conservador da elite branca governou o país até 1994. Entre outras regras, as leis impediam que negros frequentassem as mesmas escolas, restaurantes ou piscinas que brancos; que morassem em bairros de brancos; e determinava o registro da raça nos documentos pessoais.

O apartheid também acentuou uma história de lutas e resistência contra a minoria branca, o que resultou em massacres e na prisão de vários líderes negros; dentre eles, Mandela.

Libertação
Por conta da legislação racista, a África do Sul sofreu sanções políticas e embargos comerciais de países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). O país, por exemplo, foi banido dos Jogos Olímpicos durante 21 anos, por determinação do Comitê Olímpico Internacional.

A pressão externa e as revoltas domésticas começaram a produzir resultados em 1989, quando o presidente eleito Frederik Willem de Klerk deu início ao desmonte do sistema segregacionista. Ele legalizou partidos negros, como o Congresso Nacional Africano (CNA), de Nelson Mandela, e começou a revogar, aos poucos, as leis do apartheid.

O ato mais simbólico foi a libertação de Mandela, aos 71 anos de idade. Ele estava preso há 27 anos, condenado à prisão perpétua pelos crimes de traição, sabotagem e conspiração contra o governo. Uma vez fora da prisão, o movimento dos negros sul-africanos ganhou uma voz de expressão internacional.

Presidência
De Klerk e Mandela eram duas figuras antagônicas que a história se encarregou de unir. De Klerk foi o último presidente branco do país, um africâner oriundo das classes mais tradicionais. Mandela, primeiro presidente negro, pertencia a uma linhagem real da etnia dos xhosas; era de esquerda e defendia a luta armada contra o apartheid. Pelos esforços para derrubar o regime racista, ambos dividiram, em 1993, o prêmio Nobel da Paz.

A queda do apartheid começou com a criação de um fórum multirracial, a Convenção da África do Sul Democrática (Codesa), e a convocação de um referendo para aprovar uma nova Constituição. A Carta provisória, aprovada em 1993, revogou completamente as leis racistas.

O segundo passo foi a convocação das primeiras eleições democráticas multirraciais em 1994, que elegeram Mandela presidente. A vitória de Mandela pôs fim a três séculos e meio de dominação da minoria branca na África do Sul.

Ao tomar posse, o líder negro adotou um tom de reconciliação e superação das diferenças. Um exemplo disso foi realização da Copa Mundial de Rúgbi, em 1995. O esporte era uma herança do período colonial e, por isso, boicotado pelos negros por representar o governo dos brancos (veja filme indicado abaixo).

Nos dois anos seguintes, a Constituição definitiva e o processo de transição foram concluídos. Entre os anos de 1996 e 1998, o arcebispo Desmond Tutu liderou a Comissão de Verdade e Reconciliação para apurar crimes cometidos durante o apartheid. Foram abertos processos judiciais para pagamentos de indenizações às vítimas do regime.

Mandela deixou a Presidência em 1999 e passou a se dedicar a campanhas para diminuir os casos de Aids na África do Sul, emprestando seu prestígio para arrecadar fundos para o combate à doença. O país possui a maior quantidade de portadores de HIV no mundo: 5,7 milhões de pessoas.

Desigualdade social
Desde a eleição de Mandela, o Congresso Nacional Africano (CNA) mantém maioria na Assembleia Nacional e elege presidentes. O mais recente é Jacob Zuma, líder do partido e eleito em maio do ano passado. A vitória foi polêmica, em razão de Zuma ser alvo de denúncias de corrupção.

A estabilidade política garantiu que a África do Sul continuasse sendo o país com maiores taxas de crescimento no continente africano. Apesar disso, a maior parcela da população negra não conseguiu deixar a pobreza e sofre com altos índices de desemprego e baixa escolaridade. Estima-se que mais da metade da população de 49 milhões de habitantes vive abaixo da linha da pobreza, com taxa de desemprego em torno de 24%.

Quase duas décadas depois do fim do apartheid, os negros, maioria absoluta na África do Sul, conquistaram o poder, mas continuam sendo segregados no âmbito econômico.

Direto ao ponto: Ficha Resumo

Há vinte anos, em 11 de fevereiro de 1990, o ex-presidente sul-africano e ativista negro Nelson Mandela foi libertado da prisão, aos 71 anos de idade. Ele estava preso há 27 anos, condenado à prisão perpétua pelos crimes de traição, sabotagem e conspiração contra o governo.

Mandela foi libertado por determinação do presidente Frederik Willem de Klerk, eleito um ano antes. Sob pressão da comunidade internacional e enfrentando vários conflitos internos, De Klerk iniciou o processo de extinção do apartheid, regime segregacionista que vigorava no país desde 1948.

Pelos esforços para derrubar a legislação racista, De Klerk e Mandela dividiram, em 1993, o prêmio Nobel da Paz.

Quatro anos depois de sair da prisão, Mandela foi eleito presidente pelo seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA).

Fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades/mandela-20-anos-de-liberdade.jhtm

Brasília: 50 anos - Nova capital levou desenvolvimento ao interior do país.


A inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960, é considerada um marco na história brasileira, tão importante quanto a Independência (1822) ou a Proclamação da República (1889). A criação da capital promoveu o desenvolvimento do interior do país e concentrou o poder político longe dos principais centros urbanos.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Brasília foi erguida no meio do cerrado, em menos de quatro anos, a partir de uma concepção modernista de urbanismo e arquitetura. A cidade foi o ápice do projeto desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961), conhecido pelo lema "Cinquenta anos em cinco".

Mas a ideia da cidade é antiga. José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi o primeiro a sugerir o nome Brasília para a nova capital do país, em 1823. A primeira constituição republicana, de 1891, previa a mudança da capital do Rio de Janeiro para uma região no Planalto Central. Para isso, foi criada a Comissão Exploradora do Planalto Central (1892-1893), liderada pelo astrônomo belga Luiz Cruls - amigo do imperador d. Pedro 2º, então no exílio -, que explorou a região.

Anos depois, em 1954, o governo de Café Filho (1954-1955) nomeou a Comissão de Localização da Nova Capital Federal (1954), comandada pelo marechal José Pessoa, para dar continuidade aos trabalhos. O território que abrigaria a futura capital do país era conhecido como Quadrilátero Cruls, em homenagem a Luiz Cruls. Tinha dimensões de 160 por 90 quilômetros quadrados e situava-se a mil quilômetros de São Paulo e Rio de Janeiro.

A proposta do governo, com a transferência da capital para o cerrado goiano, era explorar as riquezas da região central do país.

Veja vídeo: Como surgiu o traçado da capital do país.http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/?hashId=especial-como-surgiu-o-tracado-da-capital-do-pais-04029A3160C4A90346&mediaId=2051015

Polêmica
O Distrito Federal foi o primeiro passo no sentido de equilibrar as diferenças de um país dividido entre o litoral - populoso, urbanizado e industrializado - e o interior - despovoado, pobre e sem infraestrutura. Junto com a capital surgiram estradas como a Belém-Brasília, importante ligação com a região Norte do país.

Juscelino Kubitschek, o JK, foi alvo de muitas críticas na época, principalmente por parte de políticos do Rio de Janeiro, que temiam perder influência e poder com a transferência da capital, pois a cidade era capital federal desde a implantação da República, em 1889, e foi capital da colônia desde 1763.

Para JK, entretanto, a mudança era também estratégica. O ambiente político da segunda metade dos anos 50 era permeado pela tensão da Guerra Fria (1945-1989). De um lado, havia o receio de os militares darem um golpe - e, de outro, o de estourar uma revolução comunista como a ocorrida em Cuba, em 1959. No ano anterior à eleição de JK, Getúlio Vargas se suicidara no Palácio do Catete (sede do governo, no Rio de Janeiro).

JK esperava cumprir o mandato estando longe das agitações populares e do clima de instabilidade no Rio de Janeiro. O isolamento do poder em Brasília, para alguns especialistas, acabaria contribuindo para formar uma classe política que, distante da pressão popular, estaria mais sujeita à corrupção.

Juscelino defendia a proposta desde 1946, quando era deputado constituinte. E a cidade apareceu como meta de número 31 (a meta-síntese) no Plano de Metas de seu governo.

Foi no primeiro comício como candidato da coligação PSD-PTB, cinco dias após deixar o governo do Estado de Minas Gerais para concorrer à Presidência, que JK fez a promessa de construir Brasília. Era 4 de abril de 1955, no município de Jataí, sertão goiano. Após o discurso, um eleitor perguntou se o candidato mudaria a capital, conforme previsto na Constituição. JK respondeu: "Cumprirei na íntegra a Constituição. Durante o meu quinquênio, farei a mudança da sede do governo e construirei a nova capital".

Niemeyer
Juscelino Kubitschek foi eleito em 3 de outubro 1955, com 33,82% dos votos. Para cumprir a promessa de campanha, escolheu o arquiteto Oscar Niemeyer para projetar as principais edificações da cidade. Niemeyer já era conhecido internacionalmente, e alguns dos projetos arquitetônicos que fez para Brasília tornaram-se símbolos do país, como o Congresso, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada e a Catedral.

O segredo da arquitetura de Niemeyer é a sofisticação da obra aliada a um elemento intuitivo, que permite que ela seja apreciada por qualquer pessoa. São soluções criativas que parecem simples - como o desenho dos "pratos" invertidos do Congresso -, mas que são ricas de detalhes.

Para escolher o Projeto Piloto foi realizado um concurso entre 12 e 16 de março de 1957. Foram apresentados 26 projetos. O júri escolheu a planta cujo formato parecia o de um avião, do urbanista e arquiteto Lucio Costa.

Com o projeto em mãos, foi criada uma empresa, a Novacap, e empregado um contingente de 60 mil trabalhadores para a construção. Os operários, a maioria formada por nordestinos, acabaram se fixando na cidade. Eles trabalhavam dia e noite para erguer, no nada, a capital futurista num prazo recorde de 43 meses.

Cofres públicos
Não se sabe exatamente quanto foi gasto na construção de Brasília. A maior parte das verbas não foi contabilizada em registros bancários ou comprovantes fiscais. O governo também não fez, à época, uma estimativa oficial.

O ex-ministro da Fazenda de Café Filho, Eugênio Gudin, adversário político de JK, estimou os custos em US$ 1,5 bilhão. Em valores atualizados, o orçamento seria de US$ 83 bilhões, seis vezes mais do que o previsto para as Olimpíadas do Rio, a serem realizadas em 2016. Para captar recursos, o governo emitiu mais dinheiro e foram feitos empréstimos no exterior. Isso deixou uma conta salgada para o país, na forma de inflação alta e dívida externa.

A despeito disso, Brasília progrediu. A cidade tinha 140 mil habitantes em 1960 e em 2010 são estimados 2,6 milhões de brasilienses vivendo na capital. Enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu, em média, 4,8% entre 1961 e 2000, o Distrito Federal teve aumento de 57,8% no mesmo período.

A combinação de empregos públicos e altos salários faz de Brasília a cidade com o maior PIB per capita do país, R$ 40.696, quase três vezes maior que a média nacional - e superior a São Paulo (R$ 22.667) e Rio de Janeiro (R$ 19.245), de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Juscelino conseguiu cumprir o mandato, mas os presidentes que o sucederam - Jânio Quadros (1961) e João Goulart (1961-1964) - não tiveram a mesma sorte. Em 1964, um golpe militar mergulhou o país numa ditadura que duraria mais de vinte anos.

Eleito senador pelo Estado de Goiás, em 1962, JK teve os direitos políticos cassados dois anos depois. Morreu em 1976, num acidente de carro na via Dutra. Deixou como legado uma utopia modernista concretizada no meio do sertão. Brasília ainda seria palco do fim da ditadura militar (1985), do impeachment de Collor (1992), da eleição de um operário (Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003) para a presidência da República e de muitos escândalos de corrupção.

Direto ao ponto:
Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960. A transferência da capital do país do Rio de Janeiro para Brasília levou desenvolvimento para o interior do território e concentrou o poder político longe dos centros urbanos da época.

Brasília foi erguida no meio do cerrado, em menos de quatro anos, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Para ele, foi uma decisão estratégica fugir da instabilidade política do Rio de Janeiro, onde estaria sujeito a golpes.

O projeto urbanista foi de autoria de Lucio Costa - e as edificações modernistas, do arquiteto Oscar Niemeyer.

A ideia de construir Brasília é antiga. José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi o primeiro a sugerir o nome para a nova capital do país, em 1823. A primeira constituição republicana, de 1891, previa a mudança da capital.

Não se sabe exatamente quanto foi gasto na construção de Brasília. Estima-se o valor em US$ 1,5 bilhão que, corrigido, corresponderia a US$ 83 bilhões, seis vezes mais do que o previsto para as Olimpíadas do Rio de 2016. Os gastos geraram inflação e dívida externa.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades/brasilia-cinquenta-anos.jhtm

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vazamento: maior desastre ambiental dos EUA


Na noite de 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, arrendada pela empresa British Petroleum (BP), matou 11 funcionários no Golfo do México. Dois dias depois, a plataforma afundou a aproximadamente 80 quilômetros da costa da Louisiana, sul dos Estados Unidos. O petróleo cru começou a vazar da tubulação rompida a 1,5 quilômetro da superfície do mar, formando uma enorme mancha negra que se aproxima do litoral americano.

Desde então, o óleo vem prejudicando a fauna marinha, o turismo e a pesca na região. Todos os esforços da empresa BP para conter o vazamento falharam e o derrame deve continuar por mais um mês. Pela sua extensão, esse foi considerado o pior vazamento de petróleo da história dos Estados Unidos.

O desastre no Golfo do México trouxe como consequências:

* ameaças ao ecossistema;
* prejuízos à indústria pesqueira e ao turismo;
* desgaste político do presidente Barack Obama;
* revisão dos incentivos à indústria petroleira;
* maior regulamentação do setor petrolífero;
* incentivo à discussão sobre energias alternativas.

A mancha negra que se estende sobre o Oceano Atlântico, numa área equivalente a onze vezes a cidade do Rio de Janeiro, é a imagem da maior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos. O vazamento de petróleo cru e de gás no Golfo do México causou, além de danos ao meio ambiente, perdas econômicas e políticas para o governo de Barack Obama. E como todas as tentativas de conter o vazamento falharam, a mancha deve se alastrar por mais um mês, agravando a situação.

O acidente também obrigou o governo norte-americano a revisar as políticas de energia e a regulamentação do setor petrolífero que explora o óleo mineral em águas profundas. É uma discussão que também interessa ao Brasil, que deve definir em breve as regras de exploração do petróleo na camada pré-sal.

Na noite de 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, arrendada pela empresa British Petroleum (BP), matou 11 funcionários. Dois dias depois, a plataforma afundou a aproximadamente 80 quilômetros da costa da Louisiana, sul dos Estados Unidos. O petróleo começou a vazar da tubulação rompida a 1,5 quilômetro da superfície do mar, formando uma enorme mancha que se aproxima do litoral americano. Desde então, o óleo vem prejudicando a fauna marinha, o turismo e a pesca na região.

A mancha de óleo próxima à costa da Louisiana: desastre pode ser o pior da história do país / Foto: Reuters

Pela sua extensão, este foi considerado o pior vazamento de petróleo da história dos Estados Unidos. Estimativas iniciais do governo e da empresa BP apontavam o derramamento de 5 mil barris de petróleo cru por dia, o equivalente a 800 mil litros. No dia 27 de maio, porém, devido ao alerta de cientistas, foi verificado um volume muito maior: de 12 a 25 mil barris diários.

A quantidade acumulada é quase três vezes maior que o vazamento do navio petroleiro Exxon Valdez, ocorrido no Alasca em 24 de março de 1989, até então considerado o mais grave em águas norte-americanas. Na ocasião, foram espalhados 250 mil barris (40,9 milhões de litros) de petróleo cru no mar, provocando a morte de milhares de animais. Tudo indica que, desta vez, a catástrofe será maior para o ecossistema.

Pelicanos

O Departamento de Pesca dos Estados Unidos emitiu um boletim alertando para os danos causados a animais marinhos do Golfo, tanto pelo petróleo quanto por produtos tóxicos usados na limpeza. Segundo o documento, os componentes químicos causam irritações, queimaduras e infecções na pele. A ingestão pode trazer problemas ao aparelho gastrointestinal, danificar órgãos e, a longo prazo, levar à morte.

Entre os animais em risco está a ave-símbolo do Estado de Louisiana, o pelicano marrom. O santuário da espécie - a ave só recentemente saiu da lista de animais ameaçados de extinção - foi atingido pelo petróleo. Toda vez que o pelicano marrom mergulha atrás de peixes, ele fica com as penas cobertas de óleo; desse modo, não consegue regular a temperatura corporal e morre de hipotermia.

Quatro espécies de tartarugas marinhas, além de golfinhos, cachalotes, camarões e outros crustáceos e peixes (o Golfo do México é um dos únicos viveiros, no mundo, do atum rabilho) estão entre as espécies ameaçadas. O plâncton, inclusive, organismo que está na base da cadeia alimentar marinha, não sobrevive em contato com o petróleo.

A mancha de petróleo colocou em alerta toda área costeira de Louisiana e das regiões vizinhas da Flórida, do Mississipi e de Alabama. O acidente também afetou a indústria pesqueira, os serviços, o comércio e até o turismo, uma vez que as praias ficaram sujas de óleo. A pesca comercial e recreativa foi proibida. O motivo, segundo o governo, é proteger a população do consumo de moluscos contaminados com componentes cancerígenos do petróleo.

Criadores de camarão tiveram a atividade suspensa e abriram processos judiciais contra a BP. A Louisiana é o maior Estado produtor de camarões nos Estados Unidos.

Somados, os prejuízos para a economia podem chegar a mais de US$ 1,6 bilhão (R$ 2,9 bi), de acordo com especialistas. O Estado de Louisiana ainda gastou cerca de US$ 350 milhões (R$ 638,9 milhões) em barreiras de contenção.

Há 31 anos, o ecossistema do Golfo do México foi afetado por um acidente semelhante. Em 3 de junho de 1979, a plataforma Ixtoc I explodiu na baía de Campeche, a 100 quilômetros da costa mexicana. Foram derramados entre 10 e 30 mil barris de petróleo por dia, até que a tubulação foi tampada em 23 de março 1980. Traços de petróleo ainda eram visíveis três anos depois da tragédia.

Exploração

Todas as tentativas da BP para conter o vazamento falharam: a empresa tentou injetar uma mistura de lama e cimento na tubulação, colocar uma capa de proteção, sugar o petróleo com mangueiras e cavar poços ao lado da plataforma submersa. Na mais recente tentativa, iniciada no dia 1º de junho, a ideia era usar robôs submarinos para instalar um equipamento que pode redirecionar o fluxo para a superfície, onde o petróleo será recolhido em navio.

Enquanto isso, por conta do acidente, o presidente Barack Obama amarga, além da queda de popularidade, uma crise política. Ele foi acusado pela oposição republicana de demorar muito para resolver o caso e de mau gerenciamento nos esforços de contenção da mancha. A situação do presidente foi comparada à de seu antecessor, George W. Bush, criticado pela lentidão no socorro às vítimas do furacão Katrina, que devastou New Orleans (na mesma região) em 2005.

Em maio de 2010, pressionada pelos republicanos e contrariando ativistas ambientais, a Casa Branca deu passe livre para que as multinacionais petrolíferas ampliassem a exploração em águas profundas. Agora, Obama foi obrigado a admitir o excesso de confiança na autorregulamentação das empresas e adotar medidas de cancelamento da prospecção de petróleo no Golfo do México, além de prorrogar a moratória (suspensão de verbas) para a exploração na costa do Atlântico.

Como resultado do desastre em Louisiana, os Estados Unidos devem apertar o cerco às agências reguladoras do setor e obrigar a indústria a investir em mais segurança. Assim, o custo de extração e produção de petróleo deverá sofrer aumentos, podendo afetar também os investimentos na camada pré-sal, no Brasil, e reorientar as metas de segurança da Petrobras.

Por fim, o acidente na costa dos Estados Unidos dá novo fôlego ao debate sobre energias alternativas. O petróleo, que hoje é a principal fonte de energia do mundo, é escasso, cada vez mais caro, cria políticas de guerra (como no Oriente Médio) e danos ao meio ambiente. Os Estados Unidos respondem por apenas 2% das reservas do planeta e a produção interna atende a um quinto do consumo doméstico. Para o gigante econômico, a solução se delineia, cada vez mais, num futuro em que o desenvolvimento do país seja menos movido pelo "ouro negro".

EUA levarão anos no combate ao vazamento de petróleo


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursou sobre o
vazamento de óleo no Salão Oval da Casa Branca

'Contaminação é pior catástrofe ambiental que os EUA já viram', diz Obama. Presidente disse que fará empresa pagar pelo prejuízo e indenizar vítimas.

Os Estados Unidos levarão meses e até mesmo anos no combate ao que chamou de 'epidemia' provocada pelo vazamento do petróleo no Golfo do México, alertou, em 15 de junho, o presidente americano, Barack Obama, afirmando ainda que mobilizará milhares de homens da Guarda Nacional para ajudar nesta batalha e que fará a petroleira britânica BP pagar pelos danos. "Esta contaminação é a pior catástrofe ambiental que os Estados Unidos já viram. E diferente de um terremoto ou um furacão, não é um acontecimento pontual, que causa danos em questão de minutos ou em poucos dias", disse Obama em discurso à Nação.

A quantidade de petróleo que vaza "para o Golfo do México parece mais uma epidemia que nós combateremos durante meses e, inclusive, anos", acrescentou o presidente, que anunciou ter autorizado a mobilização de 17 mil homens da Guarda Civil para combater a maré negra e que contatou os governadores dos estados afetados pelo desastre para colocar estes homens para trabalhar prontamente.

No discurso, o presidente disse ainda que o vazamento de óleo é "o maior e mais doloroso desastre ambiental", e reforçou que a "hora de buscar formas de energias limpas para o futuro é agora".

Obama prometeu "fazer a BP pagar" pelo vazamento de petróleo no Golfo do México, e disse que ordenará ao presidente da BP a criar um fundo gerenciado de forma independente para indenizar as vítimas.

Derramamento

Obama completou neste dia com uma visita à base aeronaval de Pensacola uma viagem por três dos estados mais afetados pelo desastre: Mississipi, Alabama e Flórida.

Antes do pronunciamento, o presidente americano discursou para cerca de 3,5 mil soldados e reconheceu que as pessoas estão "assustadas" e "zangadas" com o vazamento, o pior desastre ecológico na história dos EUA. "Meu governo fará todo o necessário durante o tempo que for necessário" para assegurar que esta situação seja superada e o Golfo do México volte à normalidade.

O derrame de petróleo, que antes da colocação de um sino de contenção sobre o poço, chegou aos 6,4 milhões de litros diários.

Créditos: EFE | France Presse | Página 3 Pedagogia & Comunicação
Fonte: http://www.passeiweb.com/saiba_mais/atualidades/1277142757