Rádio Extraclassse Kolping

domingo, 29 de agosto de 2010

Transição demográfica e envelhecimento da população brasileira

O que é Censo?

O Censo Demográfico é uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cada dez anos. Através dele, reunem-se informações sobre toda a população brasileira.

O primeiro Censo aconteceu em 1872 e recebeu o nome de Recenseamento da População do Império do Brasil. O mais recente foi o Censo 2000. O próximo já está em andamento, neste ano, 2010.

No Censo, os pesquisadores do IBGE visitam todos os domicílios do país para aplicar um questionário. Depois de percorrer todos os cantos do Brasil, indo de casa em casa, os pesquisadores organizam e analisam as informações coletadas nos questionários. Em seguida, divulgam os resultados em uma série de publicações sobre os temas estudados.

Importância do Censo

Os resultados do Censo Demográfico são importantes para a sociedade ter informações atualizadas sobre a população e para o governo planejar suas ações de forma mais adequada.

Na opinião de muitos estudiosos, o Brasil vive uma nova fase de transição demográfica. Para entender o que isso significa, precisamos, antes, tratar de alguns conceitos e ideias.

Nascer, crescer, reproduzir-se e morrer são fatos indissociáveis da espécie humana, ainda que muitas pessoas não cumpram a terceira parte do ciclo da vida, a reprodução. Em cada país, estado ou cidade esse ciclo ocorre com uma intensidade diferente, dependendo de alguns indicadores - as taxas de fecundidade, natalidade, migração e mortalidade - e da influência, sobre esses indicadores, da economia, das variações climáticas e das mudanças culturais.

A demografia - ciência que estuda as modificações que ocorrem nesses indicadores - definiu "transição demográfica" como as mudanças dessas taxas no transcorrer do tempo. Ou seja, as sociedades sofrem, continuamente e em diferentes ritmos, processos de transição demográfica.

Mas há outros conceitos importantes para se entender a transição demográfica:

  • Natalidade: relação entre o número de nascidos vivos e o total da população em um dado lugar, num dado período de tempo. Calcula-se a taxa de natalidade dividindo-se o número de nascidos vivos em um ano pelo número de habitantes (do país, região ou cidade).
  • Mortalidade: número de pessoas que morrem em determinada época ou em determinada região, país, etc. A taxa de mortalidade é calculada dividindo-se o número de pessoas mortas pelo número de habitantes.
  • Fecundidade: é a capacidade de reprodução de determinada sociedade. A taxa de fecundidade é calculada dividindo-se o número de filhos nascidos pelo número de mulheres entre 15 e 49 anos, numa determinada população.
Para o demógrafo Warren Thompson, a transição demográfica ocorre em 4 fases:

  • Fase 1 (ou pré-moderna): ocorre oscilação rápida da população, dependendo de eventos naturais (secas prolongadas, doenças, etc.). Há grande população jovem.
  • Fase 2 (ou moderna): taxas de mortalidade caem rapidamente devido à maior oferta de alimentos e de melhores condições sanitárias. Há aumento da sobrevida e redução de certas doenças. Ocorre aumento da taxa de nascimento e da população.
  • Fase 3 (ou industrial): urbanização, acesso a métodos contraceptivos, melhora da renda, redução da agricultura de subsistência, melhora da posição feminina na sociedade e queda da taxa de nascimentos. Há um número inicial grande de crianças, cuja proporção cai rapidamente porque ocorre aumento na proporção de jovens concentrados em cidades, com o decorrente aumento da violência juvenil. Tendência de estabilização da população.
  • Fase 4 (ou pós-industrial): taxas baixas de natalidade e mortalidade. Taxas de fecundidade ficam abaixo da taxa de reposição populacional. Há aumento da proporção de idosos; encolhimento da população e necessidade de imigrantes para trabalhar nos empregos de mais baixo salário.
Transição demográfica no Brasil

Do primeiro censo demográfico (1872) ao mais recente (2000), ocorreu alteração radical nos indicadores de mortalidade e natalidade no Brasil. Como ocorre nas sociedades à medida que elas se desenvolvem, as taxas de mortalidade começaram a cair bem antes das de natalidade, mais exatamente por volta de 1950, chegando ao patamar de 7 por mil habitantes (em 2000) - número que deverá ser mantido por causa do aumento de idosos na população.

Por outro lado, as taxas de natalidade seguiram elevadas até a década de 1960. No decênio de 1970 começa o descenso dos nascimentos, o que se acentua a partir de 1990. Entre 1991 e 2003, as taxas revelam a continuidade do declínio de nascimentos e a estabilidade da taxa de mortalidade.

Como consequência dessas alterações, num período de 20 anos ocorreu mudança substancial na distribuição etária da população brasileira: se, em 1980, a maior parte da população estava na faixa de 0 a 4 anos de idade, a partir de 2000 ela se concentrou na faixa de 15 a 19 anos.

Em 2000, portanto, o Brasil vivia a Fase 3 da transição demográfica.

Envelhecimento

Dados mais recentes, contudo, divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em outubro de 2008, mostram que há uma queda acelerada das taxas de fecundidade e mortalidade no país. O Brasil, assim, já teria ingressado na Fase 4 da transição demográfica.

Segundo o Ipea, em 2007, a taxa de fecundidade total foi de 1,83 filho por mulher. A média foi inferior à chamada taxa de reposição (de 2,1 filhos), ou seja, foi inferior ao número mínimo de filhos que cada brasileira deveria gerar para que, no período de trinta anos, a população total do país fosse mantida nos níveis atuais.

As consequências desses números são duas: (a) a continuar nesse ritmo, a população brasileira, a partir de 2030, estará muito envelhecida; e, portanto, (b) a partir de 2030, a tendência - se os números seguirem a projeção do Ipea - é de a população passar a diminuir. Hoje, a população idosa representa 10,6% da população. Em 1992, representava 7,9%.

É importante salientar que o envelhecimento de uma população não pode nunca ser visto como um fato isolado ou de pouca importância. Ele tem inúmeros reflexos na vida social, influenciando o consumo, a transferência de capital e de propriedades, os impostos, a previdência social, o mercado de trabalho, a saúde e assistência médica, e, também, a composição e organização das famílias.

Créditos:
Página 3 Pedagogia & Comunicação

Humor na política - Eleições mantêm candidatos folclóricos, mas censuram humoristas

José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Mesmo com a censura aos programas humorísticos, as eleições gerais de 2010 preservam o aspecto mais burlesco da tradição democrática com as campanhas dos candidatos folclóricos, que contam com votos de protesto ou com a própria fama para conseguirem uma vaga no Congresso.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Desde a Antiguidade, o humor faz parte da democracia como instrumento de crítica aos governantes. No Brasil, a atual legislação proíbe a veiculação de piadas feitas na TV com políticos, ao passo que os partidos acolhem os tipos mais excêntricos e "celebridades" como candidatos.

De acordo com a resolução nº 23.191 de 2009, que atualiza a Lei Eleitoral nº 9.504 de 1997, é vetado aos programas de emissoras de rádio e TV "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação" (Art. 45, II).

A desobediência à norma prevê a aplicação de multas às emissoras nos valores de R$ 21 mil a R$ 106 mil, duplicadas em caso de reincidência. A lei entrou em vigor nas eleições deste ano, que irão eleger presidente, governadores de 26 Estados e do Distrito Federal e representantes da Câmara dos Deputados e do Senado .

No último dia 22 de agosto, artistas realizaram um protesto no Rio de Janeiro contra a lei que censura o humor político durante o período eleitoral. A manifestação foi organizada pelo movimento Humor Sem Censura.

Para os humoristas, a legislação contraria a liberdade de expressão e afeta programas de TV como o Casseta & Planeta (Globo), CQC (Band) e Pânico (Rede TV!). No Brasil, o humor em política remonta aos tempos do Império, quando revistas e jornais traziam caricaturas e faziam chacotas sobre a vida na Corte. Até no período da ditadura militar (1964-1985), com a imprensa "amordaçada" pelo regime, publicações alternativas usavam o humor como forma de romper a censura e atacar os generais.

A prática, porém, é muito mais antiga. Na Grécia, berço da democracia ocidental, a comédia surgiu no teatro grego em 488 a.C. As poucas comédias deAristófanes que foram preservadas revelam ironias contra os políticos da época. Pelo menos um deles, Cleón, teria recorrido à Justiça para tentar silenciar o dramaturgo grego.

A tradição foi mantida na Roma antiga, na Idade Média e no Renascimento , até os dias atuais. Nas sociedades democráticas, como os Estados Unidos, os candidatos respeitam e até mesmo participam de programas humorísticos. É o caso, por exemplo, da caracterização de Sarah Palin, candidata a vice de John McCain , feita pelo programa humorístico Saturday Night Live nas eleições presidenciais de 2008.

Macaco Tião

Há também, no Brasil, a tradição de expressar o descontentamento com a baixa qualidade de candidatos por meio do voto em figuras caricatas e em animais. É uma forma de protesto bem humorado que tem sido usada, atualmente, como estratégia de partidos políticos "nanicos".

Em 1958, o "candidato" mais votado nas eleições para vereador foi Cacareco, um rinoceronte do Zoológico de São Paulo. O animal conseguiu 100 mil votos, cinco mil a mais do que o partido mais votado naquela eleição. O caso foi considerado um emblema na história do voto nulo no país.

Outro "candidato" famoso foi o Macaco Tião, um chipanzé do Zoológico do Rio de Janeiro. A candidatura do macaco à Prefeitura do Rio, em 1988, foi lançada pelos humoristas do Casseta & Planeta, que à época editavam uma revista (Casseta Popular) e um tablóide (O Planeta Diário). O chipanzé obteve 400 mil votos e ficou em terceiro lugar entre os doze candidatos que disputavam a eleição.

Isso só foi possível porque, na ocasião em que Cacareco e Macaco Tião concorreram, os eleitores escreviam o nome dos candidatos em cédulas de papel, o que permitia a contagem de votos para os animais.

A partir das eleições de 1996, as cédulas foram substituídas por urnas eletrônicas. Com isso, ficou impossível votar em candidatos que não fossem reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Começaram, então, a proliferar personagens como Enéas Carneiro, que ficou conhecido pelo bordão "Meu nome é Enéas!". Ele disputou três eleições presidenciais (1989, 1994 e 1998) e chegou a ficar em terceiro lugar.

Nas próximas eleições, além de candidatos conhecidos por envolvimento em casos de corrupção, como Paulo Maluf, Fernando Collor e Jader Barbalho , o eleitor ainda encontrará uma lista de artistas e "celebridades", como a Mulher Pêra, Maguila, Marcelinho Carioca, Ronald Esper e Tati Quebra-Barraco, entre outros.

Um dos mais representativos é o palhaço Tiririca, candidato a deputado federal. Ele afirmou ter sido convidado pelo PR, e confessou não ter a mínima noção do que faz um parlamentar.

Para os partidos, esses candidatos, que canalizam o descontentamento de parte do eleitorado ou usam a fama para conquistar eleitores, são vistos como uma oportunidade de atrair votos para a legenda. Ou seja, os partidos, que deveriam filtrar as candidaturas "exóticas", são os que mais as estimulam. E, diferente dos votos nulos para animais de zoológico, alguns deles conseguem se eleger para o Congresso, como Clodovil, Aguinaldo e Frank Aguiar.

Direto ao ponto volta ao topo
Desde a Antiguidade, o humor faz parte da democracia como instrumento de crítica aos governantes. No Brasil, a atual legislação proíbe a veiculação de piadas na TV feitas com políticos, ao passo que os partidos acolhem os tipos mais excêntricos e "celebridades" como candidatos.

De acordo com a Lei Eleitoral nº 9.504, é vetado aos programas de emissoras de rádio e TV "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação". A lei entrou em vigor nas eleições deste ano.

Por outro lado, a tradição de expressar o descontentamento com a baixa qualidade dos candidatos por meio do voto em figuras caricatas, ou mesmo em animais, é preservada.

Em 1958, o "candidato" mais voltado nas eleições para vereador foi Cacareco, um rinoceronte do Zoológico de São Paulo. Em 1988, o Macaco Tião, um chipanzé do Zoológico do Rio de Janeiro, ficou em terceiro lugar na disputa.

A partir das eleições de 1996, as cédulas foram substituídas por urnas eletrônicas. Com isso, ficou impossível votar em candidatos que não sejam reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Começaram, então, a proliferar personagens como Tiririca, Mulher Pêra, Maguila, Marcelinho Carioca, Ronald Esper e Tati Quebra-Barraco, entre outros, que disputam vagas de parlamentares nas eleições deste ano. Os partidos, que deveriam servir de filtro, esperam puxar votos para a legenda com os candidatos exóticos.


Fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades/humor-na-politica.jhtm

56 anos do suicídio de Getúlio Vargas

No dia 24 de agosto de 1954, entre 8h25 e 8h40 da manhã, o presidente da República, Getúlio Vargas, se suicidou com um tiro no coração. Deixou uma carta-testamento dirigida ao povo brasileiro. Em um dos trechos dessa carta, ele diz: Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o povo seja independente (...)

Vejamos o que aconteceu para que Vargas se suicidasse. E entender o significado da carta que ele deixou.

A crise na imprensa
Vargas ao poder, em 1951, provocou uma reação contrária de muitas pessoas, que tentaram inclusive impedir a sua posse. Isso, em grande parte, estava ligado ao fato de ele ter governado durante o período do Estado Novo como o ditador que suprimiu as liberdades democráticas, impôs censura rigorosa à imprensa, pôs os adversários do regime na cadeia.

Havia ainda outro aspecto da sua forma de governar que não era muito bem aceito pela oposição: ele se dirigia diretamente ao povo, fazia grandes comícios em que prometia melhorar a situação dos trabalhadores, em vez de utilizar instituições como partidos políticos, sindicatos, associações. Ele não estimulava o fortalecimento dessas instituições.

Como está dito na carta-testamento, Vargas voltou em 1951 como presidente eleito pelo povo e com as instituições democráticas em pleno funcionamento. Mas os antigetulistas não acreditavam que ele fosse respeitar as regras democráticas. Entre os maiores adversários civis do governo estava a UDN, que formou
um bloco oposicionista junto com o Partido Libertador (PL), o Partido Republicano (PR) e o Partido Democrata Cristão (PDC).

Os jornais de maior prestígio também não apoiavam o governo. O principal líder e porta-voz da oposição era o jornalista Carlos Lacerda, diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Lacerda se destacou por suas posições radicais e por ter uma grande capacidade verbal. Seus discursos eram inflamados, tinham um tom emocional e causavam forte impressão.

A política de desenvolvimento do governo Vargas provocava muitos conflitos dentro da própria equipe de governo. De um lado estava a Assessoria Econômica, com uma posição mais nacionalista. De outro lado, o grupo do ministro da Fazenda, Horácio Lafer, e do ministro da Relações Exteriores, João Neves da Fontoura, favorável a uma maior participação do capital estrangeiro na nossa economia.

Além disso, Vargas teve de enfrentar outras dificuldades. Uma delas foi o aumento da inflação. Quando ele assumiu o governo, em janeiro de 1951, a taxa anual de inflação era de 12,34%. Mas, em 1954, chegou a 25,86% - o que, para a época, era muito.

A explicação para esse aumento estava no fato de que, para industrializar o país, era necessário fazer muitas compras de máquinas e matérias-primas no exterior, ou seja, aumentar as importações.

Nessa época houve também um grande aumento dos preços no mercado internacional, devido à Guerra da Coréia. O conflito entre a Coréia do Norte e a Coréia do Sul durante os anos de 1950 e 1953 foi o ponto culminante da chamada Guerra Fria. A China apoiou a invasão da Coréia do Norte à Coréia do Sul, e os Estados Unidos apoiaram a Coréia do Sul. O conflito termina em 1953 com o reconhecimento das duas Coréias pelos Estados Unidos e pela União Soviética.

O Brasil tinha de pagar mais caro pelos produtos que comprava no estrangeiro. Dos produtos que exportávamos, o único que permitia o equilíbrio das nossas contas externas era o café. O algodão, que figurava como segundo produto de exportação brasileiro, teve uma queda enorme de preços no mercado internacional. Além disso tudo, o Brasil também se endividou internamente.

O Banco do Brasil foi muito generoso, nesse período, com os empresários nacionais. Financiou a instalação, a expansão e a modernização de muitas indústrias.

Conclusão: o Estado aumentou muito os seus gastos - e, quando o Estado gasta mais do que arrecada, vem a inflação. Com o aumento da inflação, aumentou o custo de vida: os salários perderam valor, e os trabalhadores e os sindicatos começaram a pedir reajustes salariais.

Vargas e a imagem do “bom velhinho”
Em janeiro de 1953, irrompeu no Rio de Janeiro a primeira de uma série de greves de trabalhadores: foi a dos têxteis, pedindo um aumento salarial de 60%. Em março foi a vez dos operários paulistas, que decretaram uma greve geral. Os empresários acusavam Vargas de responsável pela série de greves que começavam a eclodir. Diziam que ele utilizava o PTB para insuflar essas greves. Seu objetivo seria estabelecer um clima de desordem no país e, com isso, favorecer um golpe
para continuar no poder.

Para solucionar as dificuldades econômicas e os problemas sociais e diminuir a pressão que lhe faziam a oposição e a imprensa, ainda em 1953 Vargas resolveu mudar o seu ministério. Para ser ministro do Trabalho, convidou João Goulart - um jovem político gaúcho, do PTB, que tinha boas relações com os líderes sindicais. Para o Ministério da Fazenda, convidou seu amigo Osvaldo Aranha, que se dedicou ao combate da inflação.

Mas a escolha de Goulart foi a que trouxe os maiores problemas. Provocou descontentamento entre os opositores, principalmente entre os políticos da UDN e os militares antinacionalistas. A imprensa começou a divulgar que essa escolha tinha outras intenções. Uma delas seria formar, no Brasil, uma “república sindicalista”. Essa “república” seria um governo no qual os sindicatos de trabalhadores teriam grande poder. Dizia-se na época que Vargas estava tentando fazer uma aliança com o presidente da Argentina, Juan Domingo Perón, para estabelecer aqui um regime sindicalista sob seu controle. Com isso, os antigetulistas queriam dizer que Vargas estava tramando derrubar o regime democrático.

Sempre a desconfiança, o medo de que ele repetisse o golpe de 1937. Ou seja, o passado de Vargas o condenava. E os udenistas conspiravam para afastá-lo do governo.

EM TEMPO
Para solucionar as dificuldades econômicas e os problemas sociais e diminuir a pressão que lhe faziam a oposição e a imprensa, ainda em 1953 Vargas resolveu mudar o seu ministério.
Para ser ministro do Trabalho, convidou João Goulart - um jovem político gaúcho, do PTB, que tinha boas relações com os líderes sindicais. Para o Ministério da Fazenda, convidou seu amigo Osvaldo Aranha, que se dedicou ao combate da inflação.
Mas a escolha de Goulart foi a que trouxe os maiores problemas. Provocou descontentamento entre os opositores, principalmente entre os políticos da UDN e os militares antinacionalistas. A imprensa começou a divulgar que essa escolha tinha outras intenções. Uma delas seria formar, no Brasil, uma “república sindicalista”.
Essa “república” seria um governo no qual os sindicatos de trabalhadores teriam grande poder. Dizia-se na época que Vargas estava tentando fazer uma aliança com o presidente da Argentina, Juan Domingo Perón, para estabelecer aqui um regime sindicalista sob seu controle. Com isso, os antigetulistas queriam dizer que Vargas estava tramando derrubar o regime democrático.
Sempre a desconfiança, o medo de que ele repetisse o golpe de 1937. Ou seja, o passado de Vargas o condenava. E os udenistas conspiravam para afastá-lo do governo.
Havia, assim, um descontentamento no meio militar, sobretudo entre os oficiais anticomunistas e antipopulistas que não aceitavam a forma de governar de Vargas. Com todas essas críticas, João Goulart pediu demissão do Ministério do Trabalho, saindo com uma imagem de político que queria favorecer os trabalhadores.

Vargas busca uma saída

Diante de uma oposição cada vez mais bem organizada e mais agressiva, Vargas achou que a saída era ter uma postura mais nacionalista e mais popular.

No dia 1º de maio de 1954, assinou um decreto aumentando afinal o salário mínimo em 100%. Vargas se refere a esse fato na carta-testamento, dizendo que o aumento desencadeou ódios. É verdade que esse sentimento existia, tanto da parte dos militares como dos políticos e empresários, que passaram a se organizar para tirar Vargas do governo. E as posições nacionalistas do presidente também provocavam a desconfiança dos capitais e das empresas estrangeiras.

Por outro lado, Vargas não conseguia convencer os nacionalistas das suas intenções. A sua forma de agir, tentando sempre conciliar, fazendo concessões aos adversários, trazia desconfianças para os seus próprios aliados.

Os jornais de maior circulação no Rio de Janeiro - comoO Globo, Correio da Manhã, Diário de Notícias, Diário Carioca e O Jornal - e em São Paulo - como O Estado de S. Paulo e a Folha da Manhã - não davam notícias sobre as realizações do governo: só apresentavam críticas e aspectos negativos. Vargas procurou solucionar essa dificuldade de comunicação com o público ajudando na criação do jornal Última Hora. O Banco do Brasil fez empréstimos vantajosos para o seu proprietário, o jornalista Samuel Wainer, que era amigo de Vargas. Era um jornal popular muito bem feito. Em pouco tempo, alcançou grande número de leitores. Os outros jornais desconfiaram que Wainer recebera ajuda do governo e começaram a buscar provas para incriminar Vargas. Mas não conseguiram.

Vargas sofria cada vez mais acusações de estar favorecendo os amigos, de que seu governo cometia muitos erros, de que havia muita corrupção. Carlos Lacerda fazia grandes discursos, nos quais atacava de maneira agressiva a figura de Vargas. A Tribuna da Imprensa era o mais violento dos jornais contra Getúlio. Nesse ambiente de paixões, em 5 de agosto de 1954, ocorreu o chamado atentado da Toneleros.

EM TEMPO
Você sabe o que foi o atentado da Toneleros?
O jornalista Carlos Lacerda foi alvo de uma tentativa de assassinato: ao chegar em casa, na rua Toneleros, em Copacabana, no Rio de Janeiro, um desconhecido atirou contra ele. Mas foi um amigo do jornalista - o major da Aeronáutica Rubem Florentino Vaz - quem foi atingido e morreu. Lacerda foi ferido no pé.
A oposição atribuiu a responsabilidade por esse atentado ao governo Vargas. Foi instalada uma comissão de inquérito que rapidamente chegou à identificação dos culpados. O responsável direto era o chefe da guarda pessoal de Vargas no palácio do Catete, Gregório Fortunato.

A partir daí, os acontecimentos se precipitaram. Vargas procurou demonstrar que não tinha conhecimento prévio desse atentado, e que tudo faria para esclarecer a situação e punir os responsáveis. Mas os políticos - principalmente da UDN - e os militares passaram a exigir a sua renúncia ao governo. Foi sobre Vargas que recaíram todas as responsabilidades pelos males que afligiam o país. Foi na sua pessoa que se concentraram todas as críticas e todos os ódios, tanto dos políticos, dos militares como dos empresários.


Vargas e Gregório Fortunato (atrás, de chapéu)
"Saio da vida para entrar na história"

As pressões para deixar o Palácio do Catete levaram Vargas ao suicídio, no dia 24 de agosto de 1954. O suicídio teve enorme impacto na população e provocou forte reação popular. A carta-testamento, encontrada na mesa de cabeceira do presidente morto, foi lida e divulgada pela Rádio Nacional, chegando rapidamente a todos os recantos do Brasil.

Nessa carta, da qual você já conhece um trecho, Vargas se apresentava como o grande defensor da classe trabalhadora e como o político que tudo fizera para tornar o Brasil um país desenvolvido. Apresentava-se também como vítima de grupos nacionais e estrangeiros que não aceitavam que os trabalhadores tivessem garantidos os seus direitos sociais. Esses grupos, dizia o presidente, faziam tudo para impedir que o Brasil se tornasse independente economicamente.

Vargas, mais uma vez, explorava a figura do “pai dos pobres”, daquele que concedera aos trabalhadores os seus direitos. Com a carta-testamento, deixou uma imagem de herói, daquele que lutou pelo bem do país mas que teve de se sacrificar, porque perdeu a batalha final.

Vejamos o que dizia Vargas em outros trechos dessa carta:

Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram o meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.

Podemos imaginar que sentimentos essa carta despertou na população. Ao tomar conhecimento do suicídio e dessa mensagem, o povo foi para as ruas chorar a morte do seu líder e se vingar dos seus opositores, daqueles que foram identificados como os responsáveis pela sua morte.

No Rio de Janeiro, uma multidão foi para o palácio do Catete para prestar a última homenagem ao presidente. No centro da cidade, grupos se formaram para apedrejar e incendiar os jornais de oposição. Foram feitas tentativas de apedrejar a embaixada americana e empresas estrangeiras.

Em São Paulo, milhares de operários entraram em greve de protesto e se manifestaram contra os opositores de Vargas. Em Porto Alegre, foram queimados os jornais anti-Vargas e foram atacadas as sedes da UDN e do Partido Libertador. Em Belo Horizonte e Recife, a população também foi para as ruas se manifestar contra os opositores do presidente morto.

A emoção, a tristeza e o desespero popular foram tão fortes que atemorizaram e desconcertaram os antivarguistas, que esperavam, com o afastamento de Vargas, liquidar o getulismo.

A Era Vargas, na verdade, não terminou em 1954. Sob muitos aspectos, ela sobrevive até hoje, como nós já vimos. A forma como Getúlio decidiu sair da vida para entrar na história permitiu a sobrevivência da democracia até 1964. Permitiu também a continuidade da sua política desenvolvimentista com Juscelino Kubitschek.

A carta-testamento, como ele queria, transformou-se em bandeira de luta para o PTB e para todos os getulistas. Vargas é um dos raros personagens da nossa história que ficaram na memória popular. Muitas são as razões que podem explicar esse fenômeno. Uma delas é o fato de ele ter permanecido longo tempo no cenário político. Governou o Brasil durante quase 19 anos. Uma segunda razão foi o fato de que com ele, e por meio do seu governo, o Brasil entrou na era da industrialização, deixou de ser um país agrícola.

Mas é preciso também levar em consideração as suas relações com o povo, com os trabalhadores urbanos, a forma como ele se dirigia às massas, e, principalmente, a implantação da legislação trabalhista entre nós, nas décadas de 1930 e 1940. Nessa época, ainda era difícil, para as elites brasileiras, a aceitação dos direitos sociais como algo fundamental nas sociedades modernas. O suicídio foi outro elemento que, sem dúvida, contribuiu para a permanência tão forte da imagem de Vargas no seio da população. Esse gesto, junto com a carta-testamento, transmitiu a imagem do sacrifício, do homem que deu a vida pelo bem do Brasil e pelo povo brasileiro.

Créditos: Ciência à mão - Universidade de São Paulo

sábado, 21 de agosto de 2010

Blog do EPA faz um mês e têm mais de 270 acessos!



Em 22 de agosto de 2010 faz um mês que o Blog do EPA postou a sua primeira matéria e é graças aos seus seguidores que já são mais de 270 acessos ao Blog neste primeiro mês!!
Obrigadão a todos pela confiança e credibilidade.
Estamos fazendo, ou pretendendo sempre fazer um Blog do Epa com humildade, lisura, objetividade, interação e muita cumplicidade!
Todos nós somos construtores do EPA e do Blog do EPA, por isso fiquem a vontade para enviar matérias.É através do 'feed back' de cada um que o blog se aprimorará... Postem o que gostaria que existisse ou não existisse no nosso Blog, postem dúvidas, críticas e sugestões.

Abração e sucesso a todos.




sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Vacinas terapêuticas contra o HIV se mostram promissoras



Testes clínicos apontam que estratégia de tratamento não é beco sem saída.
por Alison Abbott

O mundo vibrou na semana passada com a notícia de que um gel antirretroviral pode reduzir pela metade a incidência do HIV em mulheres.
No entanto, uma vibração mais discreta pôde ser ouvida na Conferência Internacional sobre a Aids (Aids 2010) em Viena, onde os resultados do gel foram revelados. Em sessão especial, incluída no programa no último minuto, os participantes ouviram os resultados de alguns bem-sucedidos, mas pequenos, testes clínicos preliminares realizados com vacinas terapêuticas – que se acreditava ser um beco sem saída na luta contra o HIV.

Vacinas normais são projetadas para prevenir infecções, mas até agora nenhuma tinha funcionado com o HIV. Vacinas terapêuticas, em contraste, visam a tratar as pessoas infectadas – no caso do HIV, por meio do fortalecimento do sistema imunológico debilitado. Porém, os testes clínicos iniciais dos anos 90 foram desapontadores e as vacinas saíram da moda científica.

Combinações de drogas que diminuem as concentrações virais se tornaram o principal método para tratamento do HIV, mas não eliminam completamente a doença. “Esses medicamentos deixam os pacientes com um nível de ativação imunológica perigoso, que pode causar envelhecimento prematuro”, afirma Joep Lange, virologista clínico da University of Amsterdam e ex-presidente da Sociedade Internacional de Aids. “A abordagem das vacinas terapêuticas pode ajudar nesse ponto”, observa ele, “ao modificar as respostas imunológicas”.
Lange está animado com os resultados dos testes, mas adverte que até agora são muito limitados e, mesmo que as vacinas funcionem, nunca vão substituir as drogas. Alguns pesquisadores-chave continuam a acreditar que vacinas terapêuticas não se provarão úteis no longo prazo.

Todas as vacinas, que foram desenvolvidas por várias pequenas empresas de biotecnologia, modesta mas significativamente reduziram os níveis virais no sangue de pacientes, que responderam durante meses ou mais. Em alguns casos, as vacinas também aumentam os níveis de células T CD4+ (as vitais células imunorreguladoras que o HIV depleta). Em teoria, as vacinas só precisariam ser administradas a intervalos de poucos meses.

Dois dos testes fase II relatados na reunião se concentraram em melhorar a eficiência das células dendríticas do sistema imunológico. Essas são as células que levam os antígenos estranhos – neste caso, proteínas do HIV – para as células T, de modo que possam reconhecer e eliminar os invasores.

Uma abordagem, desenvolvida pela Genetic Immunity, empresa de biotecnologia com sede em Budapeste, envolve a criação de nanopartículas que contêm trechos selecionados do RNA proveniente do HIV. A preparação é aplicada nos pacientes por meio de um adesivo cutâneo. A pele sob o adesivo é levemente danificada para atrair os precursores das células dendríticas, expondo-os a 15 proteínas do HIV transcritas a partir do RNA.

A outra tática, da Argos Therapeutics de Durham, na Carolina do Norte, se baseia em vacinas feitas sob medida para cada paciente. Os pesquisadores extraíram células dendríticas e RNA viral de pacientes, então carregaram as células com o RNA antes de as reaplicarem no mesmo paciente.
Vacinas terapêuticas são normalmente testadas em pacientes já sob tratamento com drogas. Para evitar que os remédios confundam os testes, os pacientes precisam “tirar férias” da medicação durante os meses do teste. Porém, um teste com placebo realizado pela FIT Biotech de Tampere, na Finlândia, quebrou esse modelo ao recrutar 60 pacientes da África do Sul que nunca haviam sido tratados com drogas.

A vacina da FIT contém uma combinação de fragmentos de genes projetados para tornar o paciente imune a seis proteínas virais. Em cerca de 80% dos pacientes recebendo tratamento, o vírus foi suprimido e os níveis de CD4+ foram mantidos dois anos após a terapia começar.

Os resultados são particularmente relevantes para países como a África do Sul, onde muitos pacientes não têm um fácil acesso aos medicamentos, afirma Eftyhia Vardas, virologista da University of the Witwatersrand, que realizou o teste clínico em 2006 em Soweto, Johannesburgo. Vardas recorda ter se sentido como uma “rebelde” quando concordou em dar prosseguimento ao teste. Na época, o governo da África do Sul oficialmente negou que o HIV causava aids e seus colegas científicos não acreditavam que vacinas terapêuticas dariam frutos. Ela própria estava cética, relembra, depois de ter visto os outros testes falharem.
“Mas você não pode excluir nada quando as opções são tão limitadas”, observa ela. A África do Sul é o lar de 5,7 milhões de pessoas infectadas com HIV. Uma vacina, considera Vargas, “ajudaria a África do Sul a retardar a expansão da aids e reduzir a infectividade ao manter as cargas virais baixas quando as drogas não estiverem disponíveis”.
O valor das vacinas só vai se tornar claro quando os testes maiores da fase III começarem nos próximos anos.

Por enquanto, os líderes na pesquisa da aids estão cautelosos em relação aos resultados. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês) dos EUA em Bethesda, Maryland, afirma que ele poderia imaginar um papel para “uma boa vacina terapêutica” para pacientes que foram tratados desde cedo e, portanto, têm apenas uma pequena reserva de HIV e cujos níveis sanguíneos de HIV são completamente suprimidos por drogas. Mas ele avisa que, como as vacinas causaram apenas uma modesta diminuição da carga viral, usá-las em lugar de drogas poderia permitir que os vírus sofressem mutações além do controle da vacina. “Esses testes iniciais envolvem pequenos números de pessoas”, adiciona Carl Dieffenbach, chefe da divisão de aids do NIAID. “Seria errado dar falsas esperanças às pessoas”.

Mas a Associação Nacional de Pessoas com Aids, um grupo de advocacia com sede em Maryland cujo vice-presidente de assuntos da comunidade, Stephen Bailous, organizou uma sessão especial, elogiou a abordagem. “Precisamos ter esperanças e algumas das vacinas terapêuticas parecem muito promissoras”, informa Bailou. “Se não pudermos depositar nossas esperanças nelas, então onde?”

Dicas para você garantir sucesso no Vestibular


Os vestibulandos adoram receber aquelas dicas preciosas que podem fazer a diferença no momento das provas. Muitas vezes o estresse, o cansaço e o turbilhão de matérias na cabeça não nos deixam relaxar para buscar um bom resultado. Então esqueça o nervosismo e veja como você pode sobressair no Vestibular.




1. Saiba que o vestibular não é um monstro. Não tenha medo, não é necessário nervosismo. Esteja sempre confiante!

2. Responda tudo! Sim, tudo, mesmo que você não saiba. Tente falar algo sobre o assunto, tente fazer algumas contas, mesmo que pela metade. Nunca se sabe o que a pessoa que corrige a prova vai considerar.

3. Responda o que você sabe primeiro e anote em um canto da página o número das questões que não souber. Ao terminar, volte analisando e tentando resolver cada uma das questões que você não soube responder.

4. Se faltar menos de uma hora para o término da prova, certifique-se de ter respondido ao menos uma questão de cada matéria. A maioria dos vestibulares elimina quem não acerta pelo menos uma questão de cada matéria.

5. Se houver redação, tente fazê-la primeiro. No geral, a redação vale muito e deixá-la para o final pode ser catastrófico.

6. Estudar no dia da prova pode ajudar SIM, mas só se você estiver com bastante disposição. Lembre-se que a prova é extensa e cansativa, e só estude antes se tiver a certeza de que não vai se prejudicar, caso contrário, durma mais e relaxe. Evite fazer qualquer coisa que canse.

7. Se a carteira não for confortável, pare por 2 ou 3 minutos a cada meia hora durante a prova, olhe para cima e relaxe um pouco. Neste momento, tente dispersar um pouco, respire fundo, tente ouvir os pássaros ao redor cantando e divirta-se com a cara de preocupação dos seus concorrentes na sala.

8. Leve água ou suco e algo simples para comer se a instituição permitir. Só não leve coisas com pacotes barulhentos, provavelmente não será permitido.

9. Tente ir com relógio de pulso. É muito bom controlar seu tempo e não ser pego pelo fim da prova de surpresa.

10. Vá com roupas leves e não se preocupe com sua aparência (principalmente mulheres). Não é um desfile nem um lugar para conseguir um(a) namorado(a). Esqueça qualquer coisa como maquiagem, roupas quentes, etc.

Informações: Q Nerd


Fonte: http://vestibular.com.br/mostradica.php?cod=30

Aquecimento global


Mudanças climáticas: catástrofes no Paquistão e na Rússia

José Renato Salatiel*
Especil para a Página 3 Pedagogia & Comunicação



Qual seria a relação entre a onda de calor que cobriu Moscou, a capital russa, com uma espessa neblina de fuligem, e as chuvas que causaram inundações no Paquistão ? Para cientistas que estudam as mudanças no clima da Terra, ambas as tragédias, ocorridas nos meses de julho e agosto deste ano, poderiam ser efeitos do aquecimento global.


No Paquistão, as piores enchentes em 80 anos deixaram mais de 1.600 mortos e afetaram 20 milhões de pessoas - aproximadamente 11% da população do país, que possui 177 milhões de habitantes. As inundações destruíram casas, plantações e danificaram a infra-estrutura de cidades.

Seis milhões de paquistaneses que sobreviveram às cheias (incluindo 3,5 milhões crianças) correm o risco de contraírem doenças, como a cólera, devido à contaminação da água.

Em visita ao país no dia 15 de agosto, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon , disse que o desastre é o maior que já viu na vida, e autorizou o envio emergencial de US$ 459 milhões (R$ 811 milhões) para o Paquistão.

Já na Rússia, a maior onda de calor em mil anos causou mortes e prejuízos ao país. Desde o começo da seca, em maio, 52 pessoas morreram, e a taxa de mortalidade em Moscou dobrou devido ao calor e à fumaça de incêndios florestais.

A temperatura na capital atingiu o recorde de 39 graus, no dia mais quente já registrado. Os níveis de monóxido de carbono chegaram ao dobro do aceitável, obrigando os russos a usarem máscaras nas ruas.

Os incêndios ainda destruíram um quarto das terras usadas para o cultivo de cereais (a Rússia é um dos maiores exportadores mundiais de trigo, centeio e cevada). Para garantir o abastecimento doméstico, o governo suspendeu as exportações até o final do ano.

Havia também o perigo dos incêndios chegarem à usina de Mayak, nos Montes Urais, e Chernobyl , locais onde ocorreram desastres nucleares nos anos de 1957 e 1986, respectivamente. O fogo poderia espalhar partículas radioativaspresentes no solo contaminado desses lugares.

O calor também bateu recordes e provocou incêndios em países europeus como Portugal e Grécia, além de inundações na China . Para especialistas, esses eventos teriam sido parcialmente provocados pelo aquecimento global, resultado do efeito estufa .

Terra mais quente

O efeito estufa ocorre quando a energia do Sol se acumula na atmosfera terrestre, elevando a temperatura do planeta. Ele é causado pela emissão de seis tipos de gases, como dióxido de carbono (CO2) , metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) . O dióxido de carbono é o mais abundante e duradouro na atmosfera. Ele é liberado pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão natural), que constituem a principal fonte de energia das economias mundiais.

O efeito estufa é um fenômeno natural e necessário para a vida no planeta, pois permite que a Terra retenha o calor indispensável para a sobrevivência dos seres vivos. O problema é que, com o aumento da poluição a partir do século 19, houve um desequilíbrio nesse processo, o que provocou o aquecimento global.

Alertados por cientistas, os governos mundiais começaram a se preocupar comquestões ambientais nos anos 1980. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), divulgado em 2007, apontou que a temperatura no mundo subiu 0,74% no período de 1906 a 2005, devido à atividade humana. E, se nada for feito, haverá um aumento em 4 graus Celsius até 2100.

Se isso acontecer, espécies de animais e vegetais serão extintas, haverá prejuízo para a agricultura, falta de água, ondas de calor e ocorrência de tufões e furacões . O derretimento das calotas polares elevará o nível dos oceanos, inundando as regiões costeiras do planeta.

Kyoto

Segundo a Organização Meteorológica Mundial da ONU, 2010 pode ser o ano mais quente desde o início dos registros de temperatura em meados do século 19 XIX, ultrapassando o recorde de 1998.

Para os cientistas, o risco de ocorrerem ondas de calor semelhantes às que mataram 35 mil pessoas na Europa em 2003 é, hoje, duas vezes maior por conta das alterações climáticas no planeta. A comunidade científica estuda, agora, métodos e tecnologias mais precisas na previsão de catástrofes como as ocorridas no Paquistão e na Rússia, além de buscar acordos que permitam a redução de poluentes.

A maior dificuldade, no entanto, é contar com o consenso entre as duas maiores potências econômicas do planeta -Estados Unidos e China -, que são, também, os países mais poluidores do planeta.

Em dezembro do ano passado, foi realizado, em Copenhague, capital daDinamarca, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15). O objetivo era estabelecer metas internacionais - que irão substituir oProtocolo de Kyoto após 2012 - de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.

Após duas semanas de negociações, a COP 15 terminou com um acordo tímido entre Estados Unidos, China, Brasil, África do Sul e Índia. Os participantes concordaram com a necessidade de se limitar o aquecimento global em 2 graus Celsius. Porém, não houve avanço no que concerne a metas assumidas por governos ou garantias da assinatura do documento que substituirá o Protocolo de Kyoto.

De concreto, foi criado um fundo anual de 100 bilhões de dólares até 2020 para ajudar os países pobres a colaborarem com planos de combate ao aquecimento global.

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Catástrofes ambientais ocorridas na Rússia e no Paquistão, nos meses de julho e agosto deste ano teriam sido parcialmente provocadas pelo aquecimento global, de acordo com cientistas.

No Paquistão, as piores enchentes em 80 anos deixaram mais de 1.600 mortos e afetaram 20 milhões de pessoas - um quinto do país, que possui 180 milhões de habitantes. As inundações destruíram casas, plantações e danificaram a infra-estrutura de cidades.

Na Rússia, a maior onda de calor em mil anos causou mortes e prejuízos ao país. Desde o começo da seca, em maio, 52 pessoas morreram e os incêndios destruíram um quarto das terras usadas para o cultivo de cereais (a Rússia é um dos maiores exportadores mundiais de trigo, centeio e cevada).

Segundo a Organização Meteorológica Mundial da ONU, 2010 pode ser o ano mais quente desde o início dos registros de temperatura em meados do século 19 XIX, ultrapassando o recorde de 1998.

Para os cientistas, o risco de ocorrerem ondas de calor semelhantes às que mataram 35 mil pessoas na Europa em 2003 é, hoje, duas vezes maior, por conta das alterações climáticas no planeta.

Em dezembro do ano passado, foi realizado, em Copenhague, capital da Dinamarca, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15). O objetivo era estabelecer metas internacionais - que irão substituir o Protocolo de Kyoto após 2012 - de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. O resultado, porém, não trouxe garantias de cooperação dos governos.