Rádio Extraclassse Kolping

sábado, 28 de maio de 2011

Meio Ambiente - Entenda a polêmica envolvendo o novo Código Florestal


Congresso chegou a um impasse na votação do projeto de lei que altera o Código Florestal brasileiro. Os ruralistas defendem as alterações propostas pelo governo, que irão beneficiar os pequenos agricultores, enquanto os ambientalistas temem o risco de prejuízos ao meio ambiente.


O Projeto de Lei no 1.876/99, elaborado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB), tramita há 12 anos na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele foi aprovado em julho do ano passado por uma comissão especial e colocado em pauta para ser votado no último dia 12 de maio. Porém, prevendo uma derrota, a bancada governista retirou o projeto de pauta, que agora não tem prazo definido para voltar ao plenário.

O Código Florestal reúne um conjunto de leis que visam à preservação de florestas, como limites para exploração da vegetação nativa e a definição da chamada Amazônia Legal (área que compreende nove Estados brasileiros). O primeiro código data de 1934 e o atual (Lei no 4.771), de 1965.

O documento adquiriu maior importância nos últimos anos por conta das questões ambientais. Ao mesmo tempo, precisa ser atualizado para se adequar à realidade socioeconômica do Brasil.

Estima-se que 90% dos produtores rurais estejam em situação irregular no país, pois não seguiram as especificações do código de 1965. Eles plantam e desmatam em locais proibidos pela legislação. É o caso, por exemplo, de plantações de uvas e café nas encostas de morros e de arroz em várzeas, em diversas regiões do país.

Para regularizar a condição dessas famílias, o novo Código Florestal propõe, entre outras mudanças, a flexibilização das regras de plantio à margem de rios e de reflorestamento. Os ambientalistas, no entanto, contestam o projeto. Segundo eles, haverá incentivo ao desmatamento e impactos no ecossistema.

O desafio será equacionar a necessidade de aumentar a produtividade agrícola no país e, ao mesmo tempo, garantir a preservação ambiental.
 

Pontos de discórdia

Entre os principais pontos polêmicos do novo Código Florestal estão os referentes às APPs (Áreas de Preservação Permanente), à Reserva Legal (RL) e à "anistia" para produtores rurais.

Áreas de Preservação Permanente são aquelas de vegetação nativa que protege rios da erosão, como matas ciliares e a encosta de morros. O Código Florestal de 1965 determina duas faixas mínimas de 30 metros de vegetação à margem de rios e córregos de até 10 metros de largura. A reforma estabelece uma faixa menor, de 15 metros, para cursos d'água de 5 metros de largura, e exclui as APPs de morros para alguns cultivos.

Entidades ambientalistas reclamam que a mudança, caso aprovada, aumentará o perigo de assoreamento e afetará a fauna local (peixes e anfíbios), além de incentivar a ocupação irregular dos morros, inclusive em áreas urbanas. Já os ruralistas acreditam que a alteração vai ajudar pequenos produtores, que terão mais espaço para a lavoura.

Um segundo ponto diz respeito à Reserva Legal, que são trechos de mata situados dentro de propriedades rurais que não podem ser desmatados. Cerca de 83 milhões de hectares estão irregulares no Brasil, segundo a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

A lei determina que todo dono de terreno na zona rural deve manter a vegetação nativa em proporções que variam de acordo com o bioma de cada região. Na Amazônia é de 80%, no cerrado, 35%, e nas demais regiões, 20%.
 

Anistia

O projeto exclui a obrigatoriedade para pequenos proprietários (donos de terras com até quatro módulos fiscais, ou, aproximadamente, de 20 a 400 hectares) de recuperarem áreas que foram desmatadas para plantio ou criação de gado. Para os médios e grandes proprietários são mantidos os porcentuais, com a diferença de que eles poderão escolher a área da RL a ser preservada. O dono de uma fazenda em Mato Grosso, por exemplo, poderia comprar terras com vegetação natural em Minas para atender aos requisitos da lei.

Para a oposição, há pelo menos dois problemas. Fazendeiros podem dividir suas propriedades em lotes menores, registrados em nome de familiares, para ficarem isentos da obrigação de reflorestamento. E, caso possam comprar reservas em terrenos sem interesse para a agricultura, poderão criar "bolsões" de terras áridas. A bancada ruralista, ao contrário, acredita que a medida vai favorecer produtores que não têm condições de fazer reflorestamento.

O terceiro ponto de discórdia diz respeito à anistia para quem desmatou, tanto em Áreas de Preservação Permanente quanto em Reserva Legal. O Código Florestal prevê que serão multados proprietários que desmataram em qualquer época. O texto em debate isenta os produtores de multas aplicadas até 22 de julho de 2008 - data em que entrou em vigor o decreto regulamentando a Lei de Crimes Ambientais. Os contrários à proposta acham que a anistia criará precedente que irá estimular a exploração predatória das florestas.

 
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A polêmica em torno do projeto de lei que estabelece o novo Código Florestal emperra sua votação na Câmara dos Deputados. De um lado, os ruralistas defendem as mudanças propostas pelo governo. Do outro, os ambientalistas apontam riscos do crescimento de florestas desmatadas e de prejuízos ao meio ambiente. A votação foi suspensa no último dia 12 de maio, sem prazo para voltar à pauta.

O Código Florestal, em vigor desde 1965, reúne um conjunto de leis que visam à preservação das florestas. Porém, ele não foi seguido pela maioria dos produtores rurais. Estima-se que 90% estejam em condições irregulares. O principal objetivo das mudanças é regularizar a situação desses produtores.

Os três principais pontos em discussão são:

APPs (Áreas de Preservação Permanente): são áreas de vegetação nativa nas margens de rios e encostas de morros que devem ser preservadas. O projeto prevê uma diminuição da faixa mínima a ser mantida pelos produtores rurais e a permissão de determinadas culturas em morros.

RL (Reserva Legal): são trechos de vegetação nativa localizados dentro de propriedades rurais. As mudanças na lei beneficiam pequenos proprietários, que ficarão isentos de reflorestar áreas desmatadas.

Anistia: o novo Código propõe suspender a multa e sanções aplicadas a proprietários rurais até 22 de julho de 2008 - data em que entrou em vigor o decreto regulamentando a Lei de Crimes Ambientais.


FONTE: http://educacao.uol.com.br/atualidades/meio-ambiente-entenda-a-polemica-envolvendo-o-novo-codigo-florestal.jhtm

DICAS PARA SE SAIR BEM NO VESTIBULAR


Dicas para se sair bem no vestibular
. Tranquilidade e uma boa base de estudos são fundamentais para qualquer um fazer a tão temida prova. Mas como ficar tranquilo e bem preparado? Confira nossas dicas:
- O ideal é estudar desde o início do ano, todos os dias, sem grandes exageros, mas com disciplina. Recomenda-se que se estude no máximo quatro horas por dia além do tempo que se passa em sala de aula. Não se deve deixar para estudar em excesso apenas no fim do ano, quando já se está cansado e é mais difícil assimilar o conteúdo.
- Não fique preocupado em decorar um milhão de fórmulas. O importante é estudar e ficar antenado com o mundo. Para isso, aproveite os veículos de comunicação que estão à sua volta. Leia revistas, jornais e faça pesquisas na internet.
- Elabore um plano de estudos que tenha a ver com o seu ritmo e seus horários mais proveitosos. A manhã é um horário indicado para estudar porque você estará descansado após uma boa noite de sono e assimilará bem o conteúdo. No entanto, sabemos que cada um tem seu relógio biológico e, portanto, um horário em que o estudo rende mais.
- Em seu horário de estudos, concentre-se. Não faça tudo ao mesmo tempo, como comer, ouvir música e ler. Apenas leia, faça resumos e resolva exercícios (principalmente nas disciplinas de física, química e matemática). É importante corrigir os exercícios depois de resolvê-los. Reproduzir a matéria com as próprias palavras é uma boa tática. Isso provavelmente ajudará você a interpretar e a fazer uma leitura crítica dos textos.
- Não pense em decorar, mas em entender o conteúdo. Se você tem dúvidas, consulte um colega ou um professor.
- Reserve um caderno apenas para anotar resumos e observações. Mantenha seus livros e apostilas organizados para que qualquer consulta seja rápida, de fácil acesso.
- É importante ter um bom preparo psicológico para não ficar nervoso na hora da prova. Para isso, tenha em mente que o curso que você escolheu não precisa ser definitivo. Se você não gostar, pode trocá-lo. Também se lembre de que todos que prestam vestibular estão na mesma situação que você. Medo e ansiedade são sentimentos normais em quem está se preparando para o vestibular.
- Durma e se alimente bem, de preferência em horários definidos. Evite consumir bebidas energéticas, pois já é comprovado que, em grandes quantidades, elas podem fazer mal ao organismo. Não abuse do café. Há pessoas que acabam perdendo o sono devido à ingestão de muita cafeína, e uma boa noite de sono é fundamental para o vestibulando.
- Programe um tempo para estudar e fique bastante atento às aulas, mas também reserve horários para se divertir. Não tire férias de suas relações afetivas. Nas horas de folga, procure fazer atividades tranquilas, que não deixem você mais cansado.
- Alternar um hábito de estudos com a prática de exercícios ajuda na concentração, na postura e no bem-estar de quem está se preparando para o exame. Por isso, o tempo dedicado aos livros deve ser intercalado com atividades físicas. A regularidade do exercício também auxilia na redução do estresse "ruim", aquele que chega a prejudicar o desempenho da pessoa, além de trazer mais disposição, seja para uma leitura, seja na hora de fazer a prova. É importante ressaltar, no entanto, que não adianta se dedicar a algo que não traga satisfação. Se o vestibulando não gosta de musculação, por exemplo, deve riscar essa atividade da agenda. A ideia é juntar prazer e exercício, e para isso há inúmeras opções, como caminhada, bicicleta, natação, dança, entre outros.
- Na hora da prova, evite comer doces e frituras. Prefira levar alimentos leves e em pequena quantidade. Inicie a prova por aquele conteúdo que você conhece bem. Evite perder tempo com questões que você julga difíceis – deixe-as para o final.

FIES: ESTUDANTES TÊM PRAZO ATÉ 30 DE JUNHO PARA RENOVAR O CONTRATO


Fies: Estudantes têm prazo até 30 de junho para renovar o contrato
O prazo de aditamento (renovação) dos contratos do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) já está aberto e se estenderá até 30 de junho. A revisão dos contratos é necessária a cada seis meses. O procedimento foi simplificado.

A partir de agora, o estudante financiado deve acessar a página eletrônica do Sistema Informatizado do Fies (SisFies), no Portal do Ministério da Educação ou do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e conferir e confirmar dados pessoais, dos fiadores, valores das parcelas, entre outros itens. Para isso, deve utilizar o CPF e a senha já cadastrados no sistema.

O estudante que contratou o financiamento com garantia do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc) terá o aditamento, assim que concluído no sistema, enviado imediatamente de forma eletrônica para validação da Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA). A comissão analisa e valida informações e procedimentos exigidos pelas normas do fundo, nas etapas de inscrição do estudante, contratação e aditamentos. Constituída nos locais de oferta nas sedes e campi das instituições de ensino, a CPSA é integrada por estudantes, professores e representantes da administração da instituição. Após a validação do processo, o sistema encaminha o arquivo eletrônico à instituição financeira. “Um dos ganhos de celeridade do processo é que, no mesmo dia, será confirmado o aditamento entre os agentes envolvidos”, afirma o diretor financeiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Antônio Corrêa Neto.

Os demais contratos, com fiança convencional e solidária, firmados na modalidade simplificado terão a mesma agilidade. Nesse caso, o estudante segue o procedimento sem precisar comparecer ao banco. Sua presença será exigida somente em caso de contratos aditados na modalidade não simplificado — esse tipo de renovação decorre de alterações nas cláusulas contratuais do financiamento. “O importante é que o estudante inicia o aditamento verificando e confirmando os dados cadastrais no programa e acompanha a evolução do financiamento”, complementa Corrêa Neto.

Pedido Os estudantes podem pedir o financiamento em qualquer etapa do curso e em qualquer mês. Têm direito ao benefício aqueles matriculados em cursos de graduação com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), oferecidos por instituição de educação superior particular participante do Fies. Outro requisito é a participação do estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O pedido de financiamento é restrito a um único curso de graduação, no qual o estudante esteja regularmente matriculado — o estudante não pode estar com a matrícula trancada.

Desde que as inscrições foram abertas em 31 de janeiro deste ano, 48.324 contratos foram firmados. Cerca de 22 mil estudantes estão em fase de contratação do financiamento. Juros anuais de 3,4% e mais prazo para quitação do financiamento, além da criação do (Fgeduc), fazem parte das regras que desburocratizaram o Fies em 2010. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal são os agentes financeiros.

EUA e Oriente Médio - Obama defende criação de Estado palestino


José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
O presidente Barack Obama surpreendeu autoridades ao defender, em pronunciamento no último dia 19 de maio, a criação de um Estado palestino com base nas fronteiras definidas em 1967.



Foi a primeira vez que um presidente norte-americano manifestou apoio aos palestinos nesses termos. Há décadas os árabes lutam por um Estado independente em regiões ocupadas por Israel após a Guerra dos Seis Dias.

Mas, por que os Estados Unidos aparentemente mudaram o tom nas negociações de paz entre Israel e os palestinos? Por que as fronteiras pré-1967 causam tanta polêmica?

Primeiro, é preciso entender um pouco a história do conflito no Oriente Médio. Ela se resume a uma disputa violenta por territórios e recursos naturais.

No século 19, colonos judeus foram incentivados a migrarem da Europa para a Palestina. O objetivo era constituir o Estado de Israel. Porém, os árabes já habitavam a região há séculos.

Durante a perseguição nazista aos judeus, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo migratório se intensificou.

Em 1947, a ONU (Organização das Nações Unidas) propôs a divisão da Palestina entre árabes e judeus, em dois Estados independentes. Jerusalém, cidade considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos, foi colocada sob controle internacional, para evitar conflitos. Os árabes não aceitaram o acordo e, no ano seguinte, Israel se tornou um Estado independente.

A tensão entre Israel e países árabes culminou na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Ao fim dos combates, os israelenses assumiram o controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, então pertencente à Jordânia, da Faixa de Gaza e da Península do Sinai, domínios do Egito, e das Colinas de Golã, território da Síria.

Os árabes que viviam nessas terras foram expulsos ou se retiraram para campos de refugiados. Os judeus, incentivados pelo governo, começaram a criar assentamentos em Gaza e na Cisjordânia.

Nos anos seguintes, ocorreram outras guerras, massacres, atentados terroristas pelo mundo e revoltas nos territórios ocupados. A Península do Sinai foi finalmente devolvida ao Egito em 1982, e a Faixa de Gaza, entregue aos árabes em 2005.
 

Terrorismo

A proposta de retorno às fronteiras anteriores a 1967 significa que Israel teria que desocupar os assentamentos da Cisjordânia, onde vivem cerca de 300 mil judeus (e 2,5 milhões de palestinos). E teria também que abrir mão de Jerusalém Oriental, que os palestinos querem transformar na capital de seu Estado.

Essa reivindicação das nações árabes tem respaldo na Resolução 242 da ONU, de 1967, que determina a desocupação das áreas palestinas. O documento, contudo, nunca foi seguido por Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considera que, tanto a remoção dos assentamentos israelenses da Cisjordânia quanto a devolução de Jerusalém Oriental aos árabes - dividindo novamente a capital em duas -, colocaria Israel em risco de atentados terroristas.

Seria como alugar um quarto em casa para o pior inimigo. O argumento é de que, quando as tropas israelenses deixaram Gaza, em 2005, o Hamas passou a atirar mísseis contra o lado israelense da fronteira.

Portanto, o governo dos Estados Unidos, aliado histórico de Israel, sabe que o retorno às fronteiras de 44 anos atrás é irreal. E nem foi isso que o presidente Obama quis dizer em seu pronunciamento, repudiado pelo premiê israelense.

Na verdade, Obama defendeu a formação de um Estado palestino com base nas fronteiras acertadas pela ONU, em 1967, com ajustes à realidade atual de ambos os povos. Ou seja, os colonos judeus não teriam que efetivamente deixar as regiões ocupadas, apenas o governo teria de negociar a cessão de terras com os palestinos.

Na prática, nada mudou. A intenção do presidente norte-americano foi mais tática. O objetivo era conter a iniciativa da Autoridade Nacional Palestina de buscar na Assembleia da ONU, em setembro, o reconhecimento unilateral para o Estado palestino, isolando Israel. A posição americana visa chamar os árabes de volta à mesa de negociações com os judeus.

Em discurso no Congresso americano no dia 24 de maio, Netanyahu enfatizou sua posição contrária em relação às fronteiras de 1967. Ele também disse que Jerusalém não será dividida com os palestinos.

O primeiro-ministro citou ainda que o obstáculo para novos acordos é a aliança da Autoridade Palestina com o Hamas, grupo considerado terrorista que prega a destruição do Estado israelense.

Os empecilhos, de fato, são mútuos: do lado palestino, o radicalismo do Hamas, e do lado israelense, a insistência da direita, representada pelo premiê, de não abrir mão da "terra santa".
 
Direto ao ponto volta ao topo
Um pronunciamento do presidente Barack Obama no último dia 19 de maio surpreendeu autoridades no mundo e provocou reações contrárias em Israel. Ele defendeu a criação de um Estado palestino com base nas fronteiras anteriores a 1967.

Nesse ano, após a Guerra dos Seis Dias, Israel anexou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então pertencentes à Jordânia, a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, domínios egípcios, e as Colinas de Golã, que faziam parte da Síria.

Desde então, os palestinos reivindicam essas terras para a formação de um Estado independente, conforme estabelecido pela ONU em 1947.

Acordos devolveram a Península do Sinai ao Egito, em 1982, e a Faixa de Gaza aos palestinos, em 2005. Mas 300 mil colonos israelenses mantêm assentamentos na Cisjordânia, e o governo de Israel considera Jerusalém - que os palestinos querem para ser sua capital - indivisível.

O discurso de Obama, na verdade, teve o objetivo de impedir que a Autoridade Palestina reivindique na ONU, em setembro, o Estado da Palestina, sem negociar com Israel. Em discurso no Congresso americano no dia 24 de maio, o premiê Benjamin Netanyahu disse que a aliança da Autoridade Palestina com o Hamas, que prega a destruição de Israel, impede a discussão de novos acordos.

 

Saiba mais

  • Atlas do Oriente Médio (Publifolha): livro de Dan Smith explica a origem dos conflitos no Oriente Médio.
     
  • Promessas de um Novo Mundo (2001): documentário mostra as diferenças entre palestinos e israelenses na visão de crianças que vivem em Jerusalém.
*José Renato Salatiel é jornalista e professor universitário.

OS IMPASSES DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE


Os impasses da usina hidrelétrica de Belo Monte
Na semana passada, índios e ativistas ligados à preservação do meio ambiente fizeram uma manifestação em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Essa não é a primeira manifestação contra a construção da usina. O projeto inicial, elaborado na década de 1970, previa que seriam construídas seis usinas na Bacia do Xingu, entre elas a de Belo Monte. Foram várias idas e vindas, com manifestações contra as obras. Em 2008 ficou definido que uma região menor seria represada e apenas a usina de Belo Monte seria construída.
Em fevereiro do ano passado, o Ibama deu licença prévia para a construção da usina. Isso significa que há uma série de condicionantes socioeconômicas e ambientais para que o projeto obtenha licença de instalação e as obras tenham início. O Consórcio Norte Energia é o grupo investidor responsável pela construção, mas ainda poucas obras foram feitas para que se tenha a licença definitiva do empreendimento. Entre as condicionantes estão obras para redução do impacto causado pela migração de trabalhadores para a região.
A usina hidrelétrica de Belo Monte foi encarada como projeto prioritário para geração de energia durante o governo Lula. A usina será construída em um trecho de 100 km do rio Xingu que fica localizado na cidade de Altamira, em uma região chamada Volta Grande do Rio Xingu, no estado do Pará. O rio Xingu nasce no Mato Grosso, corta o Pará e deságua no rio Amazonas. A usina hidrelétrica será a maior totalmente brasileira e a terceira maior do mundo, ficando atrás apenas da usina chinesa de Três Gargantas e da binacional Itaipu, que está na fronteira entre Brasil e Paraguai. O custo da obra está orçado em pelo menos R$ 19 bilhões de reais.
Tem-se discutido muito sobre o custo-benefício da usina. Segundo o governo, o empreendimento começará a funcionar em 2015, embora as obras devam terminar apenas em 2019, e beneficiará 26 milhões de pessoas, ajudando a suprir parte da energia necessária ao país. O governo afirma, ainda, que o preço da produção de energia nesta usina será muito mais barato do que na produção em uma termoelétrica, além de se tratar de uma fonte de energia renovável. Como um investimento deste porte implica em muita mão-de-obra, milhares de empregos diretos e indiretos serão criados.
Os críticos da obra são indígenas e ribeirinhos que vivem na região, membros da Igreja Católica e alguns analistas da situação. O Ministério Público Federal também entrou com ações sobre supostas irregularidades e a Organizações dos Estados Americanos (OEA) já pediu a suspensão do projeto.
Os que são contra a construção da usina alegam que o governo está subestimando o impacto ambiental e social na região. Segundo eles, a construção afetaria a flora e a fauna e a vazão do rio diminuiria, reduzindo a oferta de água para a população que mora próxima do local. Outros também falam em ineficiência energética, afirmam que a produção de energia na usina pode não ser assim tão eficiente devido às mudanças de vazão que o rio sofre ao longo do ano. Há, ainda, preocupação com os trechos em que indígenas habitam e que podem secar com a construção da usina. 

Inimigo Insuspeito - Um novo padrão de resistência a antibióticos poderá nos expor a uma enorme variedade de infecções bacterianas


por Maryn McKenna
EM MEADOS DE 2008, Timothy Walsh, da Cardiff University, no País de Gales, recebeu e-mail de um amigo. Era Christian Giske, médico da faculdade de medicina do Instituto Karolinska, da Suécia. Ele tratava de um homem de 59 anos, hospitalizado em janeiro daquele ano em Örebro, cidadezinha a cerca de 160 km de Estocolmo. Diabético havia anos, o paciente sofrera vários derrames cerebrais e recentemente desenvolvera profundas úlceras cutâneas (também chamadas de úlceras de decúbito ou pressão). Mas nada disso era o assunto de Giske. O médico estava preocupado com uma bactéria que um rotineiro exame de cultura havia revelado na urina do homem. Walsh, que dirige um laboratório de genética da resistência bacteriana, estaria disposto a dar uma olhada no microrganismo?

Walsh concordou e submeteu a amostra a mais de uma dezena de ensaios. Tratava-se de uma Klebsiella pneumoniae, bactéria que, em pacientes hospitalizados, é uma das causas mais frequentes da pneumonia e de infecções da corrente sanguínea. Mas essa linhagem tinha uma novidade: um gene que Walsh nunca vira antes. Ele tornava a Klebsiella, já resistente a muitos antibióticos utilizados em tratamentos médicos críticos, insensível ao único grupo remanescente que funcionava de modo confiável e seguro – os carbapenemas, ou medicamentos de último recurso. Os pesquisadores descobriram que a única medicação com efeito sobre a cepa resistente era a colistina, fora de uso há anos devido aos seus efeitos tóxicos nos rins. Walsh chamou a enzima produzida por esse gene de Nova D’lhi metalo-beta-lactamase, ou NDM-1, devido à cidade onde o paciente adquiriu a infecção antes de retornar à Suécia.

Se havia um caso desses, refletiu Walsh, provavelmente haveria outros, e ele, Giske, e uma equipe de colaboradores foram à procura de pistas nessa direção. Em agosto de 2010, eles publicaram seus relatos na revista médica Lancet Infectious Diseases: eles haviam detectado 180 casos de pacientes portadores do gene. O NDM-1 estava amplamente difundido em Klebsiellas na Índia e no Paquistão, e já se alastrara para o Reino Unido por meio de viajantes que estiveram no sul da Ásia para tratamento médico ou visita a amigos e familiares. Pior, em alguns poucos casos, o microrganismo havia se propagado para outro gênero bacteriano – de Klebsiella para Escherichia coli, bactéria que vive nos intestinos de animais de sangue quente e é onipresente em nosso ambiente. Essa transferência levantou a possibilidade de o gene não permanecer confinado a hospitais e infecções hospitalares, mas espalhar-se transportado por bactérias alojadas em pessoas comuns e alastrando-se por apertos de mãos, beijos ou maçanetas de portas, entre outros meios.



A transferência também sugeriu outra possibilidade: de que o delicado e oscilante equilíbrio entre microrganismos e medicamentos, estabelecido em 1928 com a descoberta da penicilina, estava a ponto de desmoronar e pender a favor das bactérias. Nesse caso, muitas infecções fatais, controladas durante décadas com antibióticos, estariam na iminência de voltar à tona como numa vingança.


UM NOVO PADRÃO DE RESISTÊNCIA
O FIM DO MILAGRE DOS ANTIBIÓTICOS não é um tema novo. Desde que surgiram houve resistência a eles: a primeira bactéria resistente à penicilina apareceu antes mesmo que o medicamento chegasse ao mercado, na década de 1940. E, durante quase todo esse período, os médicos têm alardeado a possibilidade de um esgotamento de opções medicamentosas, devido à propagação global de organismos resistentes à penicilina nos anos 50, seguida por uma insensibilidade à meticilina nos anos 80 e à vancomicina na década de 90.

Dessa vez, porém, o prognóstico de uma maldição pós-antibiótica vem de uma parte diferente do mundo microbiótico. Os genes que conferem resistência aos carbapenemas – não apenas o NDM-1, mas toda uma lista alfabética de outros tipos – surgiram no decorrer da última década em um grupo particularmente desafiador de bactérias, chamadas gram-negativas. Essa designação, que empresta o nome de um cientista dinamarquês do século 19, indica superficialmente a reação a uma técnica de coloração que ilumina a membrana celular. Mas sua conotação é muito mais complexa. Bactérias Gram-negativas são promíscuas: elas inter cambiam facilmente fi lamentos de DNA, de modo que um gene de resistência que surge, por exemplo, na Klebsiella, pode migrar rapidamente para a E. coli, Acinetobacter e outras espécies gram-negativas. (Comparativamente, é muito mais provável que os genes resistentes em espécies gram- positivas se agrupem dentro do próprio grupo.) Os germes gram-negativos são mais difíceis de ser eliminados com antibióticos, porque dispõem de uma membrana em camada dupla que até medicamentos potentes têm dificuldade de penetrar; e eles também apresentam certas defesas celulares internas. Além disso, existem menos opções para combatê-los. As empresas farmacêuticas estão desenvolvendo poucos antibióticos de nova geração de qualquer gênero. Contra as persistentes bactérias proteicas gram-negativas, elas nem ao menos têm novos compostos de reserva ou em processo de elaboração.

O que tira o sono das autoridades do sistema de saúde é a possibilidade de genes resistentes aos carbapenemas se propagar sem ser detectados, além dos hospitais, no organismos que provocam doenças comuns e cotidianas – como a E. coli, responsável pela maioria dos milhões de infecções do trato urinário.

(...) Click no link e leia a matéria na íntegra: 
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/inimigo_insuspeito.html
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Maryn McKenna Maryn McKenna é repórter autônoma de ciências e blogueira da Wired. Ela cobriu surtos de doenças na maioria dos continentes e é autora dos livros Superbug: the fatal menace of MRSA (Free Press, 2010) e Beating back the devil: on the front lines with the disease detectives of the Epidemic Intelligence Service (Free Press, 2004).
FONTE: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/inimigo_insuspeito.html

sábado, 14 de maio de 2011

Enem deve ser nos dias 22 e 23 de outubro; segunda prova fica para maio de 2012

Amanda Cieglinski*
Da Agência Brasil
Em Brasília

O Ministério da Educação (MEC) confirmou hoje (12) que deve anunciar na próxima semana as datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011/2012. A edição deste ano será em outubro provavelmente nos dias 22 e 23. A outra prova deve ser marcada para maio de 2012, nos dias 5 e 6. Os técnicos do MEC trabalham nos últimos detalhes do edital que deverá ser publicado na próxima semana. Com uma prova marcada para o primeiro semestre de 2012, confirma-se a intenção do MEC em aplicar duas edições do Enem por ano.
Em 2009 o MEC deu início a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.
A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os benefícios são distribuídos a partir do desempenho do candidato no exame e podem ser integrais ou parciais, dependendo da renda da família. Para participar do programa é necessário ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou em colégio privado com bolsa integral. Em 2010, mais de 4 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame.

Mudanças no processo

O MEC estuda mudanças nos procedimentos nas provas do Enem deste ano. O UOL Educação apurou, na primeira quinzena de abril,  que os alunos terão um tempo determinado, antes do início do exame, para verificar se há erros nos cadernos de prova. Além disso, os celulares serão “confiscados” e não poderão ficar com os estudantes.
No ano passado, houve problemas em cadernos amarelos da prova, que vieram com questões faltantes e/ou repetidas. É por isso que os alunos deverão ter um tempo neste ano para verificar e pedir a troca do caderno caso haja problema antes mesmo de começar o exame. Se o estudante não avisar, não poderá reclamar posteriormente.
O “confisco” do celular visa evitar problemas como os de 2010, no qual um repórter do Jornal do Comércio, de Pernambuco, vazou o tema da redação por mensagem de texto. Os aparelhos, estuda o MEC, deverão ser devolvidos no final da prova.
*Com informações do UOL Educação

Download – Enem 2011- CD do Professor – Provas + Leituras + Extras

Sinopse: CD do Professor da Escola YesBras de Braço do Norte – SC!
Provas
Todas as provas comentadas, de todos os Enem, desde o ínicio gabaritos simulados.
Leituras
Biologia (158 livros)
Fisica (59 livros)
Geografia (111 livros)
Gramática (24 livros)
História (170 livros)
Literatura (8 livros)
Matemática (50 livros)
Obras Literárias ( ou – 100 livros)
Química (76 livros)
Resumos Literários(309 livros)

Extras

Como Planejar e Organizar o estudo
Como tirar apontamentos nas aulas
Dicas de Estudo
Enem Matriz (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA)
Orientação para o Estudo
Raciocinio lógico – Hanoi
Tabela Periódica (Flash)
Teste Vocacional
Nome do livro: Enem 2011
Nome do Autor: Vários
Gênero: Tutorial
Ano de Lançamento: 2011
Editora: Várias
Nº de páginas: Várias
Tamanho: 172 Mb
Formato: Rar
Idioma: Português
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JAPÃO: DAS BOMBAS AO VAZAMENTO NUCLEAR


Japão: das bombas ao vazamento nuclear
Os habitantes da cidade de Fukushima, onde houve o vazamento de uma usina atômica japonesa este ano, começam a voltar hoje para casa. O vazamento ocorreu após o aquecimento da usina, com o terremoto e o tsunami que abalaram o país. Essas não são as únicas tragédias memoráveis do Japão. Quando ouvimos falar sobre o papel do país na Segunda Guerra Mundial, logo lembramos de Hiroshima e Nagasaki, duas cidades-alvo dos maiores ataques nucleares da história, em 1945.
Na época, alemães e italianos já haviam se rendido. Em abril daquele ano, a Alemanha estava cercada e Hittler se suicidou. O alto comando alemão assinou a rendição do país e, na Europa, a Guerra terminou. O Japão, contudo, ainda não havia se rendido. No verão de 1945, os Estados Unidos planejavam uma eventual invasão em massa no Japão, e afirmaram que as bombas e a consequente rendição do Japão salvaram muitas vidas. O secretário de guerra Henry Stimson escreveu, em 1946, que os mortos poderiam ter superado um milhão se a invasão em massa tivesse ocorrido. Há estudos históricos que refutam essa hipótese.
A história da bomba atômica começou em 1938, quando os cientistas alemães Otto Hahn e Fritz Strassmann conseguiram, pela primeira vez, dividir um átomo. Essa experiência deu início ao desenvolvimento de armas atômicas na Alemanha. No ano seguinte, o cientista Albert Einstein avisou o presidente americano Franklin Roosevelt de que a Alemanha poderia estar construindo uma bomba nuclear, e pediu para que houvesse um adiantamento das pesquisas nucleares nos Estados Unidos. Em junho de 1942, os Estados Unidos passaram a desenvolver seu programa secreto de armas atômicas, o projeto Manhattan.
Após a rendição da Alemanha e da Itália (dois dos países do Eixo), os Aliados (Estados Unidos, França e Inglaterra) pediram também a rendição do Japão (o terceiro país do Eixo), que não atendeu ao pedido. Os Estados Unidos fizeram um teste nuclear no Novo México e avisaram o líder soviético Joseph Stalin de que possuíam a bomba atômica.
Na manhã de 6 de agosto de 1945, o avião americano Enola Gay (o nome foi dado em homenagem à mãe do piloto) lançou a bomba “Little boy” (pequeno menino, em inglês) em Hiroshima. Harry Truman foi o presidente americano que ordenou o ataque. A cidade possuía mais de 300 mil habitantes. 140 mil pessoas morreram com a explosão da bomba de 60 toneladas de urânio.
A bomba atômica espalhou material radioativo em uma enorme nuvem de poeira. Após a explosão, começou a chover. A água continha radioatividade, mas as pessoas bebiam a água sem saber que lhes ofereceria riscos. Muita gente faleceu depois da explosão devido ao surgimento de doenças como o câncer e a necrose. Descendentes de vítimas de Hiroshima apresentaram, mais tarde, problemas de saúde.
Nagasaki foi atacada três dias depois. Na verdade, os planos americanos eram de que a bomba fosse lançada em Kokura em 9 de agosto. Devido às condições meteorológicas da cidade, porém, decidiu-se lançar a bomba “Fat man” (homem gordo, em inglês), constituída de plutônio, sobre Nagasaki. O piloto ia se dirigir ao local onde iria lançá-la, mas pela falta de combustível teve de fazê-lo onde estava, em um vale. A destruição em Nagasaki também foi imensa, com a morte de 80 mil pessoas. O Japão se rendeu em setembro, colocando fim à Segunda Guerra Mundial.
Dica de livro sobre o assunto: “Hiroshima”, de John Hersey.

União gay - Supremo reconhece direitos de casais do mesmo sexo

José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Numa decisão histórica no país, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceram no dia 5 de maio a união estável de casais homossexuais, que passam agora a ter os mesmos direitos civis que heterossexuais.

Na prática, casais do mesmo sexo poderão adotar filhos, incluir parceiros como dependentes no plano de saúde, fazer declaração conjunta do Imposto de Renda, adotar o sobrenome do cônjuge e receber pensão e herança, entre outros direitos previstos na legislação brasileira. A única restrição continua sendo o casamento civil.

Com essa resolução do Supremo, o Brasil segue uma tendência em voga em outros países democráticos, inclusive na América Latina, de equiparar os direitos civis de heterossexuais aos de homossexuais.

A mudança atinge pelo menos 60 mil pessoas do mesmo sexo que vivem juntas no país, de acordo com dados do Censo 2010. O número representa 0,2% do total de cônjuges em toda a nação.

A Igreja Católica reagiu contra a decisão, pois defende a família como uma relação constituída por pessoas de sexos opostos. Entidades ligadas aos direitos homossexuais comemoraram o resultado como um avanço social e de cidadania.

A discussão dos ministros se deu em torno da interpretação do artigo 1.723 do Código Civil. O artigo diz que: "É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família."

Segundo os magistrados, o Código deve ser interpretado conforme o artigo 3º. , inciso IV, da Constituição Federal. A Carta afirma que é objetivo da República "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação".

O que os ministros do STF fizeram foi estender os direitos previstos na legislação para casais gays em uniões estáveis. Eles devem, a partir de agora, ser reconhecidos como "entidade familiar". A decisão do Supremo foi unânime.

"Por que o homossexual não pode constituir uma família" Por força de duas questões que são abominadas pela Constituição: a intolerância e o preconceito?, disse o ministro Carlos Ayres Britto, relator do caso.

O STF foi provocado por duas ações distintas, uma proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e outra pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).
 

Casamento

Antes do pronunciamento do Supremo, homossexuais tinham que entrar com ações na Justiça para terem seus direitos civis reconhecidos como casais. Ficavam, dessa forma, sujeitos ao entendimento do juiz da comarca.

Hoje, se um casal gay recorrer à Justiça, provavelmente irá ganhar a causa. Isso porque a decisão do Supremo foi vinculante, o que significa que os juízes de instâncias inferiores deverão seguir o que os ministros deliberaram sobre o assunto.

No entanto, para que a concessão dos benefícios seja automática, será preciso que o Congresso vote leis específicas. É o caso da adoção de crianças, por exemplo, que pode ser mais difícil de conseguir, pois não houve uma definição sobre este tema no julgamento do STF.

O casamento civil será outro desafio: nenhum cartório é obrigado a casar pessoas do mesmo sexo. E, mesmo que o casal entre com um processo civil, a determinação da Corte pode não se aplicar neste caso. O motivo é que os magistrados reconheceram a união estável (convivência entre duas pessoas sem registro jurídico), não o casamento civil.

Na Câmara dos Deputados em Brasília tramitam oito projetos de lei relacionados à união homossexual, entre eles a regularização do casamento civil. Em geral, esses projetos ficam anos parados, porque o tema é polêmico e os políticos temem contrariar seu eleitorado. Um exemplo é o Projeto de Lei Complementar (PLC) 122, de criminalização da homofobia, que tramita há anos no Legislativo.

O julgamento do Supremo, porém, deve abrir caminho para a votação desses projetos de lei, ao mesmo tempo em que dificultará a aprovação de outros, restritivos aos direitos dos homossexuais. Mesmo que uma lei que vete a adoção de filhos por gays seja aprovada no Congresso, por exemplo, seria hoje considerada inconstitucional.

 

Argentina

Em julho do ano passado, a presidente argentina Cristina Kirchner promulgou uma lei que permite o casamento de homossexuais. A Argentina foi o primeiro país na América Latina (o segundo no continente depois do Canadá) e o décimo no mundo a legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo.

Outros nove países possuem leis específicas sobre casamento homossexual válidas para todo território nacional: Holanda, Espanha, Bélgica, África do Sul, Canadá, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia.

Na América do Sul, países como o Uruguai e Colômbia somente autorizam as uniões civis de casais gays, sem reconhecer direitos e deveres jurídicos. Nos Estados Unidos, seis estados permitem o casamento homossexual: Massachusetts, Connecticut, Iowa,Vermont, New Hampshire e Washington. A Cidade do México também aprovou uma lei semelhante em 2010.

 
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O STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu no dia 5 de maio a união estável de casais homossexuais, que passam agora a ter os mesmos direitos civis que heterossexuais. A decisão é histórica e afeta 60 mil casais gays no país, segundo dados do Censo 2010.

Entre os direitos estendidos a casais homossexuais estão: adoção de filhos, inclusão de parceiros como dependentes no plano de saúde, declaração conjunta do Imposto de Renda, adoção do sobrenome do parceiro e recebimento de pensão e herança. A única restrição continua sendo o casamento civil, que depende da votação de leis específicas pelo Congresso.

Antes da resolução do Supremo, casais do mesmo sexo tinham que recorrer à Justiça e ficavam à mercê da interpretação de juízes sobre a legislação. Agora, as instâncias inferiores devem seguir a decisão dos magistrados.

Em julho do ano passado, a presidente argentina Cristina Kirchner promulgou uma lei que permite o casamento de homossexuais. A Argentina foi o primeiro país na América Latina e o décimo no mundo a legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo.


Saiba mais

  • Reflexões Sobre a Questão Gay (Companhia de Freud): livro escrito pelo escritor e filósofo francês Didier Eribon, que trata do preconceito aos homossexuais ao longo da história e dos movimentos gays modernos.
  • Milk - a voz da igualdade (2008): filme dirigido por Gus Van Sant e estrelado por Sean Penn, baseado na história de Harvey Milk, o primeiro gay assumido a conseguir um cargo público de importância nos Estados Unidos, em 1977.
*José Renato Salatiel é jornalista e professor universitário

Vazamento no Golfo - Um ano depois, ecossistema se recupera

José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
No aniversário de um ano do acidente que causou o pior vazamento de petróleo da história dos Estados Unidos, estudos feitos pelo governo norte-americano e por cientistas independentes chegaram a duas conclusões: a natureza se recuperou mais rápido do que o esperado e, apesar disso, a extensão real dos danos ao meio ambiente levará anos para ser conhecida.


Na noite de 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, arrendada pela empresa British Petroleum (BP), matou 11 funcionários. Dois dias depois, a plataforma afundou a aproximadamente 80 quilômetros da costa da Louisiana, sul dos Estados Unidos.

O petróleo começou a vazar da tubulação rompida a 1,5 quilômetros da superfície do mar, formando uma enorme mancha próximo ao litoral. Durante 86 dias vazaram 4,9 milhões de barris de petróleo cru, além de gás natural e dispersantes químicos no norte do Golfo do México.

A quantidade é maior que o vazamento do navio petroleiro Exxon Valdez, ocorrido no Alasca em 24 de março de 1989, até então considerado o mais grave. Na ocasião, foram espalhados entre 250 e 750 mil barris de petróleo cru no mar, provocando a morte de milhares de animais.

O desastre no Golfo também afetou a economia local, prejudicando a indústria pesqueira, o comércio e o turismo na região. Estima-se que três mil pessoas perderam o emprego, num cenário já abalado pela crise financeira de 2008.

Sucessivas falhas nas tentativas de conter o vazamento desgastaram o presidente Barack Obama, que iniciava seu segundo ano de mandato. O vazamento só foi contido pela BP em 15 de julho, três meses depois do acidente.

A imagem do pelicano-marrom, ave símbolo do Estado de Louisiana, coberto de óleo, foi uma das mais representativas da catástrofe ambiental. Milhares de animais, aves, peixes, crustáceos, corais e outras espécies da fauna marinha morreram nos meses seguintes à tragédia.
 

Limpeza

Passado um ano, amostras de água colhidas pelo governo e por cientistas indicam que a maior parte da mancha negra na superfície foi removida por equipes de limpeza, espalhada pelas marés ou consumida por bactérias marinhas. A limpeza da costa litorânea, dizem especialistas, aconteceu de um modo muito mais rápido do que o previsto, contrariando prognósticos mais pessimistas.

Apesar disso, estima-se que entre 11% e 30% do produto ainda esteja presente no ecossistema, parte dele no fundo do mar e nos pântanos, onde é difícil de ser visualizado.

Também se desconhece o impacto total da contaminação da vida marinha, especialmente de micro-organismos que estão na base da cadeia alimentar de outras espécies. A contaminação se deve não somente pelos produtos químicos que vazaram da plataforma, como também pelo dispersante Corexit 950, usado pela empresa para diluir a mancha de petróleo na superfície do oceano.

Pescadores da região são céticos quanto aos relatórios oficiais. Eles temem que as consequências do vazamento sobre larvas de camarões e de crustáceos só irão aparecer nas próximas estações de pesca. O que é certo, entretanto, é que os cientistas terão anos de estudos pela frente.

Na época do acidente, a pesca comercial e recreativa foi proibida. O motivo era proteger a população do consumo de moluscos contaminados com componentes cancerígenos do petróleo. A pesca em alto mar começou a ser liberada em agosto do ano passado, um mês depois da contenção do vazamento. A Louisiana é o maior Estado produtor de camarões nos Estados Unidos.
 

Indústria

Em janeiro deste ano, um relatório da comissão presidencial que investigou o vazamento recomendou ao Congresso americano que aprove novas regulamentações para o setor de exploração de petróleo em águas profundas.

De acordo com o relatório, a explosão na plataforma ocorreu, em parte, por causa de falhas na regulamentação da indústria petrolífera. O documento dizia ainda que, a menos que sejam feitas mudanças, outro acidente ocorreria.

As companhias contra-argumentaram que a adoção de novas medidas de segurança, além de desnecessária, aumentaria o custo da produção do minério.

A BP, empresa que administrava a plataforma onde houve a explosão, criou um fundo de US$ 20 bilhões (R$ 31,8 bilhões) para pagar indenizações a milhares de famílias e empresários prejudicados pelo acidente que recorreram à Justiça.

Foram feitas mais de 500 mil reclamações de diversos Estados, sendo que 200 mil pessoas já foram ressarcidas em sete meses, 135 mil aguardam liberação do dinheiro e o restante foi negado por falta de provas. As indenizações pagas deixaram alguns empresários e comerciantes milionários, enquanto alguns pescadores ainda enfrentam dificuldades para sobreviver.

No dia 20 de março deste ano, o governo dos Estados Unidos autorizou a primeira perfuração de um novo poço de petróleo no Golfo do México. A exploração havia sido suspensa desde o acidente e o fim da moratória só foi decretado em outubro de 2010 por pressão da indústria e das cidades afetadas, que precisavam se recuperar do prejuízo econômico.
 
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Um ano depois do acidente que causou o pior vazamento de petróleo da história dos Estados Unidos, estudos apontam que a natureza se recuperou mais rápido do que o esperado, mas que, apesar disso, levará anos para se saber a real extensão dos prejuízos causados ao meio ambiente.

Na noite de 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, arrendada pela empresa British Petroleum (BP), matou 11 funcionários e liberou 4,9 milhões de barris de petróleo cru no norte do Golfo do México. O vazamento durou 86 dias.

O desastre no Golfo também afetou a economia, prejudicando a indústria pesqueira, o comércio e o turismo na região. A BP criou um fundo de US$ 20 bilhões para indenizar comerciantes e pescadores. A demora na contenção do vazamento desgastou o presidente Barack Obama, que prometeu rever a regulamentação e decretou moratória no setor.

Passado um ano, amostras de água colhidas pelo governo e por cientistas indicam que a maior parte da mancha negra foi removida pelo homem e pela própria natureza, contrariando os prognósticos mais pessimistas. Mas ainda resta produto acumulado no fundo do mar e são desconhecidas as consequências para a fauna marinha nos próximos anos.


Saiba mais

  • Impactos ambientais do refino de petróleo (Interciência): a pesquisadora Jacqueline Barboza Mariano analisa os danos ao meio ambiente provocado por refinarias de petróleo.
     
  • Sangue Negro (2007): filme premiado retrata a decadência moral de um americano que descobre petróleo em um vilarejo do Oeste.
*José Renato Salatiel é jornalista e professor universitário.