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sexta-feira, 11 de março de 2011

O Brasil perde um grande escritor

Publicado em 03/03/2011
O Brasil perde um grande escritor
O Brasil perdeu, nesta semana, um de seus maiores escritores contemporâneos. Moacyr Scliar faceleceu, aos 73 anos, em Porto Alegre, a cidade em que nasceu. Médico especializado em saúde pública, ele considerava que pessoas fragilizadas por doenças tiravam suas máscaras sociais e mostravam suas angústias.
Moacyr Scliar foi autor de mais de 70 obras, traduzidas em mais de 40 idiomas. O escritor ocupava, desde 2003, a 31ª cadeira da Academia Brasileira de Letras. Escrevia crônicas, contos, romances, ensaios e livros de literatura infanto-juvenil. Foi colunista de publicações como os jornais Zero Hora e Folha de S. Paulo.
Recebeu prêmios nacionais e internacionais – entre eles o da Associação Paulista de Críticos de Arte, o Casa de las Americas e o Jabuti. Os livros de maior destaque do autor foram “O exército de um homem só”, “O centauro no jardim”, “A majestade do Xingu”, “A Mulher que escreveu a Bíblia” (Prêmio Jabuti), “Manual da paixão solitária” (Prêmio Jabuti na categoria “livro do ano de ficção”) e “Sonhos Tropicais” (Prêmio Jabuti na categoria “romance”).
As obras de Moacyr Scliar são marcadas pela tradição judaica, como é o caso de “O centauro no jardim”, e pelo relato da realidade social da classe média urbana no Brasil. “Sonhos Tropicais” é um exemplo disso - o romance, adaptado para o cinema em 2002, trata da vida do médico sanitarista Oswaldo Cruz, que promoveu a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola no país e se deparou com a rejeição da população brasileira. O episódio retratado no livro resultou, em 1904, na revolta da vacina.
Outra presença marcante nas obras de Scliar é o autor tchecoslovaco Franz Kafka. Kafka escreveu obras célebres de realismo fantástico, como “O processo” e a “A metamorfose”, e é a personagem do livro “Os leopardos de Kafka”, de Moacyr Scliar.
Confira abaixo as principais obras do autor:
1971 – “A guerra no Bom Fim”
1973 – “O Exército de um homem só”
1975 – “Os deuses de Raquel”
1976 – “A balada do falso messias”
1979 – “Os voluntários”
1979 – “Doutor miragem”
1979 – “O anão no televisor”
1980 – “O centauro no jardim”
1981 – “Max e os felinos”
1983 – “A estranha nação de Rafael Mendes”
1991 – “Cenas da vida minúscula”
1992 – “Sonhos tropicais”
1997 – “A majestade do Xingu”
1997 – “O amante da Madonna”
1999 – “A mulher que escreveu a Bíblia“
2000 – “Os leopardos de Kafka”
2002 – “Pai e filho, filho e pai”
2004 – “Mistérios de Porto Alegre”
2005 – “Na noite do ventre, o diamante”
2006 – “Os vendilhões do templo”
2008 – “Manual da paixão solitária”
2010 – “Eu vos abraço milhões”


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