Rádio Extraclassse Kolping

sábado, 9 de julho de 2011

Aluno carente da USP passa o dia com R$ 11; veja o que estudantes fazem para se manter

Ingressar na universidade pública é o sonho da maioria dos jovens brasileiros de baixa renda. Entretanto, essa não é uma tarefa fácil. Dentre diversos motivos, relatados por estudantes carentes em entrevista ao UOL, os principais deles são o sucateamento da educação básica e a dificuldade financeira em se manter na faculdade.
Aluno do curso de contabilidade na USP, oriundo de escola pública, Enedino Neres da Cruz Júnior, 19, resolveu abandonar o trabalho como auxiliar administrativo para se dedicar aos estudos. O esforço deu frutos e ele conseguiu ser aprovado nos vestibulares mais concorridos do país – USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade de Campinas). “Somos sempre o herói da nossa própria história”, diz o adolescente.

Veja um dia na vida do estudante Enedino Júnior

Foto 1 de 26 - O sol ainda nem nasceu e Enedino Neres da Cruz Júnior, 19, já está pronto para mais um dia. Sai de casa, no jardim São Luís, zona sul de São Paulo, às 5h50 da manhã, para só voltar depois das 22h. O destino é a USP (Universidade de São Paulo). Júnior está no primeiro semestre do curso de contabilidade, na FEA (Faculdade de Economia e Administração) Fotos: Aline Arruda/UOL - Texto: Suellen Smosinski
O jovem diz não ser fácil se manter na faculdade. No dia em que o UOL o acompanhou, ele gastou apenas R$ 11. “Nas primeiras semanas, tive dificuldade para pagar os três ônibus que utilizo para chegar à universidade. Depois que eu recebi a bolsa fiquei mais aliviado”, conta o estudante, que recebe um auxílio no valor de R$ 300 mensais, além dos tickets de alimentação popular (R$ 1,90 cada), ambos disponibilizados pela USP.
Morador do Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, o universitário é o primeiro de sua família a ingressar no ensino superior público. Os pais de Enedino são divorciados e ele mora com a mãe, que trabalha como empregada doméstica e o ajuda com os gastos acadêmicos -livros, condução, alimentação e xerox.

Bilhete único sem crédito

A realidade social dos colegas de faculdade de Enedino é bem diferente da sua. “Nos primeiros dias de aula as pessoas comentavam que tinham ganhado um carro dos pais, porque passaram na universidade, e eu estava ali apenas com o meu bilhete único sem crédito, mas feliz

Enedino sonha em viajar para o exterior, dar uma vida melhor e tranquila para a mãe e trabalhar em uma instituição internacional. “Gostaria trabalhar na ONU (Organização das Nações Unidas), OMC (Organização Mundial do Comércio) ou no Banco Mundial”, revela o universitário,que atualmente trabalha como voluntário em um cursinho popular.“O convívio com a nova galera da faculdade é complicado. Eu estava acostumado a lidar com pessoas de poder aquisitivo relativamente baixo e agora estou aprendendo a conviver com indivíduos cuja situação financeira é mais cômoda. Mas é uma questão de adaptação.” 
(...)

Caros seguidores do Blog do EPA, confesso que passo o dia na Universidade com um valor, em média, muito próximo desse de Enedino. A realidade pode até ser "nua e crua", mas o sonho e a persistência é imensamente maior...e real !!
Força a todos os "Enedinos" !
Abraço 
Eraldo


Um comentário:

  1. Fantástica matéria, Era! Eu bem entendo dessa situação - ter que fazer cálculos na agenda para ver se o dinheiro cobre o mês, sem contar com muita ajuda de outros, mas persistindo por que um projeto de vida como o nosso é extremamente importante para que dinheiro (ou pouco dinheiro) nos pare!!!
    Bjão:)

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