Rádio Extraclassse Kolping

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

FAVELAS, URBANIZAÇÃO E TRÁFICO DE DROGAS

Publicado em 10/11/2011
Favelas, urbanização e tráfico de drogas

Continuamos falando sobre urbanismo, dessa vez com um enfoque diferente: as favelas. Desde ontem, quando o traficante Nem da Rocinha foi preso no Rio de Janeiro, depois de mais de seis anos de buscas, a mídia bombardeou informações a respeito do tráfico de drogas, e dessas configurações urbanas, que são as favelas. De acordo com a definição das Nações Unidas, uma favela é uma área degradada de uma determinada cidade caracterizada por moradias precárias, falta de infraestrutura e sem regularização fundiária.
No Brasil, é frequente a falta de serviços básicos nas favelas. É difícil encontrar saneamento básico, energia elétrica e serviços de saúde de qualidade. Aliada às baixas condições de vida da população e à ausência do poder público nessas áreas, as comunidades ficam propensas ao domínio do tráfico de drogas. Historicamente, pode-se observar, além das atividades criminosas nos morros, uma função quase que “paternalista” exercida por alguns traficantes, que também se tornavam uma espécie de chefes políticos e tiranos dessas comunidades. Era prática comum de Nem da Rocinha, assassinar moradores que fossem contra suas ordens. Chefe da comunidade desde 2005, ele possuía um verdadeiro exército, composto por 200 homens e armamento pesado, parte dele de uso exclusivo do exército e das forças armadas e faturava 100 milhões de reais por ano com a venda de drogas.
Há alguns meses, observa-se uma mudança na situação das favelas, e o poder público de cidades como o Rio de Janeiro vem retomando o controle dessas áreas, através das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs.
A ocupação da Rocinha está prevista para acontecer no próximo final de semana, e a prefeitura carioca já está articulando esforços com o poder estadual e federal para viabilizar a operação. A Rocinha conta hoje com cerca de 70 mil moradores, e sua população aumentou 23% na última década. A cidade do Rio de Janeiro, em comparação, cresceu apenas 7,9%. Esses números fazem com que a comunidade seja maior, em número de moradores, do que 92% (5.138) das cidades brasileiras. Enquanto o censo oficial estima os moradores da Rocinha em pouco mais de 70 mil, a Companhia de Energia Elétrica registra 120 mil habitantes e os moradores da comunidade contabilizam até 150 mil pessoas vivendo na área, que fica na nobre e valorizada Zona Sul carioca. Para conter a expansão horizontal dessas áreas, foram instalados muros de contenção, que impedem que novas casas invadam ainda mais os morros. Isso vem provocando o crescimento vertical das favelas: pessoas vivem em lajes ou em cômodos subterrâneos.
A comunidade da Rocinha teve origem na década de 1930, quando a área era destinada ao cultivo de hortaliças que eram vendidas na Praça Santos Dummont. A atividade agrícola também deu origem ao nome Rocinha. O surto de ocupação do morro deu-se entre as décadas de 1950 e 1970, com a migração de nordestinos, a construção de estadas e de túneis, que facilitaram o acesso à comunidade.

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