Rádio Extraclassse Kolping

sábado, 28 de maio de 2011

OS IMPASSES DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE


Os impasses da usina hidrelétrica de Belo Monte
Na semana passada, índios e ativistas ligados à preservação do meio ambiente fizeram uma manifestação em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Essa não é a primeira manifestação contra a construção da usina. O projeto inicial, elaborado na década de 1970, previa que seriam construídas seis usinas na Bacia do Xingu, entre elas a de Belo Monte. Foram várias idas e vindas, com manifestações contra as obras. Em 2008 ficou definido que uma região menor seria represada e apenas a usina de Belo Monte seria construída.
Em fevereiro do ano passado, o Ibama deu licença prévia para a construção da usina. Isso significa que há uma série de condicionantes socioeconômicas e ambientais para que o projeto obtenha licença de instalação e as obras tenham início. O Consórcio Norte Energia é o grupo investidor responsável pela construção, mas ainda poucas obras foram feitas para que se tenha a licença definitiva do empreendimento. Entre as condicionantes estão obras para redução do impacto causado pela migração de trabalhadores para a região.
A usina hidrelétrica de Belo Monte foi encarada como projeto prioritário para geração de energia durante o governo Lula. A usina será construída em um trecho de 100 km do rio Xingu que fica localizado na cidade de Altamira, em uma região chamada Volta Grande do Rio Xingu, no estado do Pará. O rio Xingu nasce no Mato Grosso, corta o Pará e deságua no rio Amazonas. A usina hidrelétrica será a maior totalmente brasileira e a terceira maior do mundo, ficando atrás apenas da usina chinesa de Três Gargantas e da binacional Itaipu, que está na fronteira entre Brasil e Paraguai. O custo da obra está orçado em pelo menos R$ 19 bilhões de reais.
Tem-se discutido muito sobre o custo-benefício da usina. Segundo o governo, o empreendimento começará a funcionar em 2015, embora as obras devam terminar apenas em 2019, e beneficiará 26 milhões de pessoas, ajudando a suprir parte da energia necessária ao país. O governo afirma, ainda, que o preço da produção de energia nesta usina será muito mais barato do que na produção em uma termoelétrica, além de se tratar de uma fonte de energia renovável. Como um investimento deste porte implica em muita mão-de-obra, milhares de empregos diretos e indiretos serão criados.
Os críticos da obra são indígenas e ribeirinhos que vivem na região, membros da Igreja Católica e alguns analistas da situação. O Ministério Público Federal também entrou com ações sobre supostas irregularidades e a Organizações dos Estados Americanos (OEA) já pediu a suspensão do projeto.
Os que são contra a construção da usina alegam que o governo está subestimando o impacto ambiental e social na região. Segundo eles, a construção afetaria a flora e a fauna e a vazão do rio diminuiria, reduzindo a oferta de água para a população que mora próxima do local. Outros também falam em ineficiência energética, afirmam que a produção de energia na usina pode não ser assim tão eficiente devido às mudanças de vazão que o rio sofre ao longo do ano. Há, ainda, preocupação com os trechos em que indígenas habitam e que podem secar com a construção da usina. 

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